Capítulo XI - Heróis de Pijama



Assim que entraram no quarto, Sirius agarrou-o e começou a tirar-lhe a roupa. Remus deixou-o - desde que haviam se reencontrado, após Azkaban, Sirius não se mostrava tão decidido, tão seguro de si, e aquela era uma mudança bem-vinda.

Os dois caíram juntos na cama, já sem suas vestes. A mão de Sirius deslizou pela lateral do corpo de Remus e repousou sobre seus quadris.

- Moony - ele disse, e algo em sua voz fez Remus estremecer por dentro e puxar o corpo esguio de Sirius contra si, gemendo quando sua ereção se comprimiu contra as curvas da pele do amante.

Sirius apertou os quadris de Remus, e Remus procurou por seus olhos.

- Amor, eu quero que você me possua - disse Remus.

- Oh, Moony - disse Sirius, fitando-o com um olhar intenso e fazendo Remus umedecer os lábios em expectativa ao ver o evidente desejo estampado ali. Sirius deitou-se sobre Remus e pressionou os quadris devagar contra o corpo sob o seu. Remus fechou os olhos de prazer e acariciou as costas de Sirius em encorajamento.

Era muito bom ver Sirius recuperando seu entusiasmo, sua capacidade de ação e, até mesmo, sua impulsividade. Antes de Harry voltar à vida de Sirius, havia uma aura negra circundando-o, e tudo o que eles faziam era sob uma sensação de opressão. Agora, apesar de todos os problemas que vinham enfrentando, Sirius era outro homem. Voltara a ser aquele Sirius pelo qual Remus se apaixonara quando adolescente.

Remus guiou os lábios de Sirius para os seus e vibrou ao sentir a língua de Sirius quente e molhada junto à sua.

Sirius estava ofegante, e sua mão tremia quando ele a estendeu por sobre suas cabeças para abrir a gaveta da mesinha de cabeceira. Ele perdeu alguns instantes remexendo à procura do que queria até encontrar o frasco de lubrificante e voltar para junto de Remus.

Sirius o abraçou com força e impulsionou-se contra ele.

- Padfoot... - gemeu Remus, também se projetando contra o corpo de Sirius. - Por favor...

Sirius sorriu e, enfim, atendeu-lhe aos desejos, tirando a rolha do frasco de lubrificante e passando um pouco do óleo sobre os dedos. Sirius largou o frasco em algum lugar acima dos travesseiros e insinuou os dedos por entre as nádegas de Remus, circulando-lhe devagar a entradinha.

Remus soltou um longo suspiro e projetou-se na direção dos dedos de Sirius. Sirius mordeu-lhe o ombro de leve ao deslizar dois dedos para dentro.

- É tão gostoso aqui dentro, Moony...

Remus comprimiu-se ainda mais contra ele, encorajando-o a prosseguir. Os dedos de Sirius penetraram mais fundo.

Eles estavam ofegantes agora, e o suor cobria-lhes a pele. Sirius removeu os dedos do corpo de Remus e pegou novamente o lubrificante. Em expectiva, Remus olhou por sobre o ombro para vê-lo cobrir a ereção com o produto.

Sirius firmou a base da ereção com uma mão, empurrou os joelhos de Remus para junto do peito e, aproximando-se, encostou a pontinha junto à fenda de Remus, provocando-o.

- Oh... Você quer me ver implorar? - perguntou Remus quase em um grunhido, arqueando o corpo na direção do amante. - Torturador...

Sirius impulsionou-se para frente devagar. Remus gemeu alto quando seu corpo fechou-se ao redor de Sirius com força. Sirius penetrou mais fundo e o corpo de Remus o aceitou prontamente, acolhendo-o dentro de si por inteiro.

- Você está bem, Moony?

Remus cerrou os braços a seu redor.

- Estou bem. Não pare, por favor.

Sirius começou a se mover, deslizando para fora, depois novamente para dentro. O corpo de Remus reagia com perfeição, acompanhando cada estocada no tempo certo.

A mão de Sirius fechou-se ao redor da ereção de Remus e Remus gemeu, respirando com dificuldade enquanto Sirius impulsionava-se contra ele.

- Meu amor - sussurrou Remus, e Sirius se inclinou para beijá-lo.

Sirius continuou bombeando o pênis de Remus em sincronia com suas estocadas, levando-o cada vez mais perto do limiar. Remus se sentia tão feliz e ao mesmo tempo tão fora de controle - era uma sensação maravilhosa, como se, finalmente, ele se sentisse livre, sem correias outra vez.

O corpo de Sirius se retesou quando o prazer o tomou. Remus maravilhou-se ao ver Sirius gozar, selvagem, indomado e insuportavelmente belo.

Então Sirius recomeçou as estocadas, e quando ele apertou a ponta do pênis de Remus, o prazer se alastrou por seu corpo em uma explosão de êxtase.

Sirius tombou a seu lado e o abraçou.

- Machuquei você?

- Oh, não! Foi perfeito. Simplesmente perfeito.

- Ufa. Eu tinha receio, porque estou meio fora de forma.

Remus deu um sorriso torto.

- Vamos ter de praticar bastante para você recuperar a forma!

~*~*~

Harry sabia que o humor de Severus ao acordar não era dos melhores, mas Severus já havia dormido bastante e logo Remus iria chamá-los para o café da manhã.

E Severus prometera compensar de manhã o que eles não haviam feito à noite.

Assim, Harry resolveu entrar em ação. Os dois haviam dormido só de cuecas. Harry colou o corpo ao de Severus, que estava dormindo de lado, e começou a espalhar beijos e leves mordidas pela região da clavícula, pescoço e orelha. Harry sabia o quanto Severus gostava disso e, especialmente, quando Harry mordicava-lhe o lóbulo da orelha e passava a língua pelas curvas de seu pavilhão externo.

Severus não demorou muito a reagir, passando o braço ao redor dele e dando suaves gemidos de aprovação. De repente, no entanto, Severus sobressaltou-se, e abriu os olhos.

- O quê...? Onde?

- Bom-dia, Severus. Estamos no meu, quer dizer, no nosso quarto na casa de Remus, lembra-se?

- Hmph. Então não foi só um pesadelo. Eu realmente estou condenado a tolerar a sua presença na minha cama de agora em diante, e com a bênção do cachorro do seu padrinho.

Harry fez cara de ofendido e estava preparando uma réplica arrasadora quando Severus, que ainda estava com o braço a seu redor, fez com que ele rolasse de costas, prendeu-o com o peso de seu corpo e selou-lhe os lábios com um beijo de tirar o fôlego.

Quando Severus descolou os lábios dos dele, Harry nem se lembrava mais de onde estava ou quem era. Só o que sabia era que queria mais. Muito mais beijos, e muito mais do que beijos.

- Eu sei que você quer mais. Eu também quero - disse Severus, em voz rouca. - E acho que chegamos a um nível de confiança e conhecimento mútuos que nos possibilita dar um passo além. Mas vamos com calma. Agora não é o melhor momento para isso que você está pensando.

- Por quê?

- Em primeiro lugar, porque logo Lupin vai vir nos chamar para o café. Em segundo, porque eu deixei a poção lubrificante lá no alpendre.

Harry suspirou.

- Você não pode usar um feitiço lubrificante?

- Posso. Mas não na sua primeira vez. Digamos apenas que... aquela poção tem propriedades especiais.

- Oh... Certo - disse Harry, meio desapontado mas também cheio de expectativas.

- Não fique desapontado. Há algo que podemos fazer agora... Você vai gostar.

Harry viu a imagem na mente de Severus e seu pênis subiu de imediato, transformando sua cueca em uma tenda.

Severus não demorou a libertá-lo de seu confinamento, e massageou-lhe os testículos delicadamente com uma só mão. Harry quase ronronou de prazer.

- Não se preocupe se não durar muito. Essa é a idéia, agora... Temos que ser rápidos - disse Severus, naquela voz rouca que deixava Harry ainda mais excitado.

Severus tirou as próprias cuecas e se deitou de lado de modo a ficar com a cabeça junto ao pênis de Harry e seu pênis junto à cabeça de Harry.

Severus traçou um círculo com a ponta da língua por sobre os testículos de Harry, depois segurou-lhe a base do pênis com firmeza e delicadeza ao mesmo tempo. Harry tratou de fazer o mesmo com Severus. A mera idéia de que logo seu pênis estaria dentro da boca úmida e quente de Severus era o suficiente para fazer seu pênis pulsar de desejo.

Assim, Harry tomou o pênis de Severus em sua boca ao mesmo tempo em que Severus fazia o mesmo com o seu. Essa sincronia perfeita, somada ao reflexo provocado pela afinidade mágica (ou seja, Harry sentia o que Severus sentia, e vice-versa), criava um efeito "em abismo" - as sensações se refletindo em um infinito jogo de espelhos. Harry forçou o prepúcio para baixo com os lábios e tentou chupar com a mesma delicadeza como Severus estava fazendo. Era o único jeito de não ficar muito tonto naquele labirinto de prazer.

O pênis de Severus pulsou contra sua língua. Estava cada vez mais difícil se concentrar, e quando Severus introduziu um dedo em sua entradinha, Harry não sabia mais nem para onde seu corpo queria ir - se mais para dentro da boca de Severus ou mais fundo em seu dedo. Severus parou um pouco para passar a língua devagar sobre a pontinha, e Harry projetou os quadris para a frente, em desespero. Severus segurou-lhe a base com firmeza e desceu lentamente até engoli-lo todinho. Os quadris de Severus se moviam de leve, impulsionando-se contra ele. Harry percebeu que não havia como resistir mais tempo, e fechou os olhos. O jorro cálido do sêmen de Severus encheu-lhe a boca enquanto ondas de prazer percorriam o corpo de Harry.

Severus depositou um beijo sobre a ponta de seu pênis, e Harry virou-se na cama para beijá-lo na boca - adorava sentir seu próprio gosto na boca de Severus.

~*~*~

Depois do café, Remus deu um beijo mais longo e sedutor do que nunca em Sirius e saiu para passar mais um dia entre os lobisomens, Harry e Severus tiraram a mesa enquanto Sirius colocava os pratos na máquina de lavar. Depois os três voltaram à sala de estar. Sirius e Harry se sentaram no sofá, Severus sentou-se em uma poltrona.

Sirius teve uma lembrança não muito agradável, considerando-se a preguiça que estava sentindo.

- Deveríamos avisar Albus de que está tudo bem.

- Ah, não. Ele vai achar mais alguma coisa pra gente fazer. Hoje eu queria descansar - reclamou Harry.

- Se ele tivesse algo importante a dizer, teria nos chamado - replicou Severus.

- É, mas se a gente falar com ele, ele pode se lembrar de algo - disse Harry.

- Por que não lhe enviamos um Patronus? Assim ele fica tranqüilo, e se tiver algo a nos dizer, terá de nos chamar pelo Flu - sugeriu Sirius.

- Boa idéia! - exclamou Harry. - Severus, vamos mandar nosso Patronus conjunto! Assim ele saberá que estamos juntos outra vez.

- Como se ele já não soubesse - resmungou Severus, levantando-se a contragosto.

Harry fez o mesmo. Os dois se aproximaram e estenderam suas varinhas.

- Expecto Patronum!

Qual não foi a surpresa de Sirius ao ver o brilho que emergia das varinhas se fundir e formar uma figura meio leão, meio serpente. Quando a forma prateada se afastou, Sirius olhou para Severus e Harry.

- O Baphomet! Por que nunca me contaram que o Patronus conjunto de vocês é o Baphomet?

- Ué... Eu não sabia que você sabia alguma coisa do Baphomet - disse Harry.

Harry sentou-se de novo ao lado de Sirius, e Severus, na poltrona. Os dois o encaravam com curiosidade.

- Não se esqueçam de que meu pai era apaixonado por magia medieval. Por mais que eu desprezasse as idéias dele, era inevitável que um pouco de todas aquelas informações que me cercavam entrasse no meu cérebro.

- E qual a sua opinião sobre os cultos ao Baphomet? - perguntou Severus, um tom de desafio em sua voz.

- Qual deles? Há centenas de cultos ao Baphomet, ao longo dos séculos - respondeu Sirius. - Desde o mais ingênuo e inocente até o mais nefasto e perverso. Meu pai não gostava de Aleister Crowley**. Ele dizia que Crowley era um charlatão e que havia misturado muitas tradições, deturpando-as. Pessoalmente, não acredito que Crowley tenha se encontrado com Hitler ou trabalhado para ele e, mesmo que o tenha feito, eu não classificaria Crowley como um mago das trevas. Isso é uma redução de seu pensamento. Talvez ele tenha se perdido no caminho, mas acho que ele buscava uma luz, uma essência primordial. Algumas das imagens de seu Livro da Lei são muito bonitas. 'Faça o que quiser, esta deve ser a única lei' não significa que se deva fazer qualquer coisa que se queira, e sim que a pessoa deve fazer aquilo que mais se afina com a sua natureza. 'O Amor é a lei, amor sob vontade' acrescenta a isso a idéia de que as ações da primeira lei devem ser ditadas pelo amor.

Severus arqueou uma sobrancelha para ele.

- Nunca poderia esperar que você conhecesse o pensamento de Crowley.

Sirius nem tentou esconder o orgulho.

- Você ainda vai se ajoelhar a meus pés e me venerar, Severus.

Sirius vinha chamando Snape pelo primeiro nome de propósito. Severus estremecia a cada vez que ele o fazia, e Sirius achava aquilo muito divertido.

Severus respondeu com um bufo de desdém.

- O que você acha de o Baphomet ser o nosso Patronus? - perguntou Harry com certa ansiedade na voz.

- Na verdade, pensando bem, não é nada estranho. O Baphomet é uma bela simbologia da superação da dualidade, do retorno à unidade original. Não que eu acredite que tenha havido uma unidade original, mas é um belo mito. O Baphomet é o Andrógino primordial, que domina completamente o mundo elementar, a natureza. Ele é onipotente, tanto material quanto espiritualmente. É mais uma evidência de que vocês serão invencíveis juntos, e isso me deixa mais tranqüilo.

Harry sorriu, e em seguida olhou para Severus. O olhar que eles trocaram parecia carregado de magia. Era algo quase palpável.

~*~*~

Severus anunciou que naquele dia ele iria fazer o almoço e expulsou Sirius e Harry da cozinha. Sirius convidou Harry para jogar xadrez. Como fazia muito tempo que Sirius não jogava, no começo Harry venceu todas. Quando Sirius estava começando a pegar o jeito, Severus os chamou para o almoço.

O Shepherd's Pie* de Severus revelou-se (Sirius confessava apenas a si próprio) excelente, e o vinho de elfos que tomaram para acompanhar deixou-os em um estado de espírito ainda melhor.

À tarde, enquanto Severus e Harry treinavam magia conjunta (eles haviam transferido o treino para a tarde, para que Severus pudesse fazer o almoço), Sirius começou a ler o terceiro livro da trilogia de Star Wars de Timothy Zahn, A Última Ordem. Remus havia comprado todos os três livros para ele em seu aniversário, e ele devorara os dois primeiros com rapidez. Mas com toda a agitação dos últimos dias, ele não pudera ainda começar o terceiro. O segundo, O Despertar da Força Negra, havia acabado de um modo bastante sombrio, com a descoberta de Luke e Han de que o Império estava produzindo clones que poderiam ser usados como tripulação das 200 Dreadnaughts que compunham a Katana Fleet.

Uma hora depois, Harry e Severus voltaram à sala. Sirius não queria largar o livro, porque a as coisas pareciam estar ficando pretas para Han, Leia e os bebês gêmeos. Eles estavam em meio a um tiroteio, encurralados, e de repente Leia gritou que se rendia. O que estaria se passando por sua cabeça?

Entretanto, quando Harry afundou no sofá, a seu lado, Sirius percebeu que não conseguiria continuar a leitura.

- Entediado?

- Oh, sabe como é. Não temos que matar nenhum dragão hoje.

- Espere aí que eu vou buscar algo.

Sirius foi até seu quarto, abriu o armário e pegou um Frisbee dentado que Remus havia confiscado de um aluno em Hogwarts no ano em que dera aulas lá. Desceu correndo as escadas.

- Vamos jogar no quintal? - perguntou.

Harry se animou de imediato. Severus o encarou com desconfiança.

- O quintal não é pequeno demais? - perguntou Harry, provavelmente lendo a mente de Severus.

- Oh, nós bruxos podemos fazer lugares pequenos ficarem grandes.

- Eu não vou me machucar, Severus, não se preocupe. Você vem com a gente? - perguntou Harry.

- Eu, brincando de Frisbee dentado com Sirius Black? Não, obrigado. Meus dias de carnificina se encerraram. Tenho, também, de preparar uma poção.

Sirius controlou a vontade de mostrar-lhe a língua.

Sirius e Harry passaram o resto da tarde brincando no quintal. Há muito tempo Sirius não se divertia tanto.

Remus havia avisado que chegaria tarde, e que não o esperassem para o jantar. Em vez de um verdadeiro jantar, eles apenas tomaram um chá com torradas. Logo após o chá, Harry começou a bocejar e, alegando cansaço, Severus e Harry subiram, supostamente, para dormir. Sirius não havia nascido ontem, mas resolveu ser polido e amável fingindo acreditar.

Foi para o quarto levando consigo A Última Ordem, louco para saber o que estava passando pela cabeça de Leia quando decidira gritar que se rendia.

Nota:
*Torta de guisado de carne coberto com purê de batatas e levado ao forno.

** O que é esse tal de Baphomet? Quem é Aleister Crowley? Leia a respeito aqui.

 

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Ptyx, Fevereiro/2006