Capítulo XII - Simplesmente Incrível



Severus saiu da banheira, lançou um feitiço para secar os cabelos e vestiu seu roupão verde-escuro com o brasão de Slytherin no lado esquerdo do peito.

Ao entrar no quarto, encontrou Harry já sob as cobertas - tomara banho primeiro, e estava esperando-o.

O olhar que o garoto lhe lançava era tão expressivo que, mesmo que Severus não compartilhasse pensamentos com ele, teria entendido a mensagem: Harry estava tão ansioso quanto ele, no bom e no mau sentido.

Severus sentou-se na cama ao lado dele. Os lençóis eram imaculadamente brancos - doce ironia. Harry tirou um braço de sob o lençol... ele já estava despido, Severus pôde notar... e começou a puxar-lhe o roupão. Severus deixou que Harry lhe tirasse o cinto e ajudou-o a completar a tarefa. Era talvez uma boa estratégia deixar Harry tomar a iniciativa. Não que suas estratégias não fossem transparentes para Harry. Um tanto aborrecido com a idéia de que não tinha segredos para seu jovem amante, Severus livrou-se do roupão, colocou o lubrificante e a varinha sobre a mesa de cabeceira e entrou embaixo das cobertas.

- Você está mais tenso do que eu - disse Harry. - Se não quiser, a gente não precisa, você sabe...

Severus calou-o selando os lábios aos seus. Hum, essa estratégia estava dando certo. Aos poucos eles se ajeitaram, afastando o lençol branquinho para longe, colando os corpos um ao outro.

- Oh... É tão bom!

- Isso, Harry, fale comigo.

- Eu sei, é confuso isso de a gente compartilhar tudo. Às vezes eu não sei se eu sou eu mesmo ou sou você.

Severus afastou-lhe os cabelos do rosto com delicadeza.

- A voz pode servir de âncora para não nos perdermos.

Eles estavam deitados lado a lado, e as mãos de Harry percorriam-lhe o peito, circulando-lhe os mamilos, provocando-o. Severus já estava suspirando de frustração quando Harry ergueu um pouco a cabeça e depois a baixou sobre um mamilo, contornando-o com a língua.

Severus gemeu de prazer e enfiou os dedos por entre os cabelos revoltos de Harry. O demoninho agora estava raspando os dentes de leve pelo mamilo e depois alternando sopros e lambidas.

- Oh... Quem ensinou você a fazer isso?

Era uma pergunta idiota, porque Severus sabia muito bem que Harry jamais tivera outro amante. Harry aprendera a fazer exatamente o que lhe dava mais prazer, e vice-versa. Era uma das vantagens de se compartilhar pensamentos e sensações.

O que era interessante era que, apesar disso, nunca era monótono estar com Harry. Ele já devia estar habituado à magia que aqueles lábios e aquela língua e aquelas mãos operavam em seu corpo, mas não estava. E jamais estaria. Havia algo de impulsivo e intuitivo e que surpreendia a Severus em cada um dos gestos de Harry.

- Você também não é monótono - disse Harry. - Você também é intuitivo, e muitas vezes você reage tão rápido, e tão... intenso...

Intenso... Tudo o que sentia por Harry era intenso. Não havia nada de tranqüilo na forma como o amava e desejava. Às vezes isso o assustava.

- Mas eu gosto que você goste de mim assim.

- Porque você é Gryffindor e gosta de sentimentos passionais e desvairados.

Harry deu um sorriso orgulhoso. Severus insinuou uma perna por entre as dele, e roçou-se de leve contra ele. Harry já estava plenamente ereto, e ele também. Agora eram as suas mãos que percorriam o corpo de Harry e seus lábios que mordiam e lambiam e sugavam, deixando uma trilha de pequenas marcas - marcas que só ele podia deixar.

- Você é meu, só meu.

- Possessivo, não? - brincou Harry.

- Não estou brincando.

- Hoje eu vou ser completamente seu.

- Não. Você já é meu. O que vamos fazer hoje não é nada assim tão especial. Não imagine terremotos e fogos de artifício mais intensos do que os que você já experimentou. Afinal, você já experimentou orgasmo com meus dedos e com minha língua dentro de você... Isto é, se você quer mesmo ficar "por baixo".

- Er... Você me deixaria ficar por cima?

- Você sabe que sim.

Harry sorriu.

- Porque você é meu também. Eu vou querer experimentar, um dia desses. Mas a primeira vez eu sempre imaginei que seria você que me possuiria. O que eu não entendo é, se não tem diferença do que a gente já fez, por que não fizemos isso antes?

- Como eu lhe falei, a sensação de intimidade que a penetração proporciona é muito intensa. Mas o que nós fizemos hoje de manhã, um sessenta e nove, talvez não seja menos íntimo do que isso. De qualquer modo, quando nós reconhecemos a afinidade mágica que havia entre nós, era muito cedo para qualquer uma das duas experiências. Não estávamos acostumados a um grau de intimidade tão elevado.

Harry desceu a mão por suas costas até encontrar-lhe as nádegas e apertá-las. Então Harry o surpreendeu de novo, rolando por sobre ele, cavalgando-o, ousadamente sentando-se sobre a ponta do pênis de Severus e se remexendo ali em cima.

Severus reagiu antes que perdesse totalmente o controle, levantando Harry nos braços e invertendo as posições, empurrando-o contra o colchão.

Severus estava trêmulo, e nem conseguia falar.

- Severus... Eu não sabia que você queria tanto isso. Não sabia que era assim.

Severus soltou a respiração em um longo suspiro entrecortado. Ele próprio estava surpreso ao ver-se tão absolutamente no limite do controle.

Harry agarrou-se a ele, e ambos ficaram abraçados por um instante, sem se mover ou falar.

Severus beijou Harry uma vez, duas, três, como se sua vida dependesse disso.

- Oh, Deus... - Severus ofegou, descolando os lábios dos de Harry para enterrar o rosto na curva do pescoço de Harry e beijar aquele ponto sob a orelha, arrancando um gemido de seu jovem amante.

Severus queria tanto aquilo que doía. Mas ele precisava se controlar. Por Harry. Dedos normalmente hábeis tatearam às cegas em busca do frasco de lubrificante, depois retiraram a rolha, deixando escapar o aroma de ervas e óleos silvestres.

- O que faz essa sua poção maravilhosa, Sev?

- Vai me fazer durar o bastante para fazer você gozar com o meu pênis, e não porque eu vou gozar antes de você.

- Oh. Parece que você tem planos bem detalhados...

- Não gosto de deixar nada para o acaso decidir.

- Eu pensei que era uma poção para, sabe como é, facilitar as coisas.

- Também. Junto com o feitiço lubrificante, é perfeita. Você não sentiria dor nem se quisesse.

Harry pareceu mais tranqüilo ao ouvir Severus dizer o que Severus vinha dizendo a si mesmo desde o início do dia. O poder das palavras era incrível - era, na verdade, a base de toda a magia.

Severus virou Harry de barriga para baixo. Parou por um instante para admirar a suave curva das nádegas e depositar um beijo em uma delas. Então envolveu os dedos na poção, separou-lhe as nádegas e insinuou um dedo dentro de Harry, que absorveu a intrusão com entusiasmo, abrindo-se para ele. Severus moveu o dedo facilmente, para dentro e para fora.

O segundo dedo também foi prontamente acolhido, apenas com uma leve pausa na respiração. Severus prestava atenção até às mais leves reações de Harry, seu próprio pênis pulsando de tesão, no limiar da dor. Harry encontrou seu próprio ritmo antes que Severus pudesse estabelecê-lo, e "cavalgou" os dedos de Severus.

O terceiro dedo era uma novidade. Severus sentiu Harry ficar tenso. Deitou-se junto ao garoto, beijou-lhe o ombro e sussurrou:

- Tente continuar se movendo como antes.

Severus sabia que era mais medo do que dor o que Harry sentia, e mais alguns beijinhos na região do pescoço ajudaram-no a superar a tensão. Severus flexionou um pouco os dedos e Harry gemeu de prazer.

- Oh! Assim, Sev, mais um pouquinho...

Os lábios de Severus se curvaram em um sorriso torto.

- Nada disso. Você vai gozar com o meu pênis dentro de você.

- Ah... Então é melhor você ir logo...

Severus removeu os dedos com cuidado. Tentando controlar o tremor nas mãos, pegou novamente o frasco de lubrificante. Harry se voltou para vê-lo passar o produto lentamente em cada centímetro de seu pênis. O olhar de Harry refletia tanto desejo e admiração que Severus sentiu-se derreter por dentro.

- Harry, se você soubesse...

- Eu sei!

- Você quer mesmo frente a frente? Do outro jeito é mais fácil.

- Quero ver seu rosto.

- Poderíamos usar um espelho.

- Não quero ver o meu rosto. A não ser com os seus olhos.

Isso era incrível, também. Poder ver a si mesmo na mente do amante. Harry tinha razão. Severus ajoelhou-se entre suas pernas, segurou-lhe os tornozelos e apoiou-os sobre seus ombros. Pegou a varinha, pronunciou o feitiço lubrificante, depois largou a varinha de lado e roçou a ponta do pênis na entradinha de Harry. Diante daquele leve toque, Harry gemeu e projetou-se em sua direção. Severus segurou a base de sua ereção e deu o primeiro impulso. Antes que a sensação deliciosa do calor de Harry ao redor de seu pênis o dominasse, ele ergueu os olhos para o rosto de Harry, e viu-o morder o lábio e fechar os olhos.

- Respire. - Severus deslizou para dentro devagar. Harry era tão quente e apertado... Severus esperou que ele abrisse os olhos para ir mais fundo. Com alívio, percebeu que Harry estava começando a se acostumar com a sensação. - Tudo bem? - perguntou, lembrando-se de que haviam combinado falar. Sua voz, rouca de tensão e desejo, soava-lhe quase irreconhecível.

Harry respondeu projetando-se levemente em sua direção - só um pouquinho. Severus gemeu. O suor começou a escorrer-lhe pelas costas. Ajeitou as pernas de Harry para poder mudar um pouco o ângulo e ir mais fundo.

Ele estava quase todo dentro de Harry, e sentia que, se Harry não falava, era porque estava imerso em sensações que ele mesmo não conseguia expressar. Então a mão de Harry segurou a sua, e foi como mergulhar no paraíso. As ondas de magia se fundindo, e o prazer se espalhando por seus corpos.

No meio disso tudo, eles estabeleceram um ritmo lento e confortável e, surpresa das surpresas, de repente a voz de Harry emergiu em meio àquele mar de êxtase.

- Oh... É pena que não podemos ficar assim para sempre.

Um arrepio de felidade percorreu Severus. Notou que estava agora completamente dentro de Harry, até a raiz. Seus testículos roçavam nas nádegas de Harry a cada vez que ele o penetrava. Penetrou-o de novo, e outra vez, deslizando sua mão livre do tórax de Harry, passando por um mamilo, até embaixo.

Harry lambeu ternamente um de seus dedos e sugou-lhe a ponta para dentro da boca, e começou a cerrar os músculos da pelvis ao redor do pênis de Severus de um jeito que o enlouquecia.

Severus deixou escapar um grito abafado.

- Oh, Deus!

A próxima estocada de Severus foi totalmente sem controle, e arrancou um grito de Harry. Um grito de prazer, verificou Severus, entregando-se ele mesmo, com alívio, àquele prazer alucinante.

- Gosta, assim? - Severus ainda conseguiu perguntar.

- Ah... Sev... De novo, por favor.

Severus deu outra estocada, como se atendendo ao pedido de Harry. Eles se moviam juntos, seus corpos se unindo e se separando e se unindo outra vez em uma dança frenética, sua magia criando belas e deliciosas sensações. Então é assim que é, sentir-se plenamente conectado à pessoa amada, pensou Severus.

As estocadas eram agora tão intensas e tão fundas que seus corpos se colavam.

- Oh, Harry...

- Oh, isso... Agora, por favor...

Garoto impossível. Como se Severus tivesse algum controle sobre isso! Seus testículos se contraíram.

- Goze, Harry, goze.

E ele sentiu o prazer chegando para ambos ao mesmo tempo, cada pedaço de seus corpos tensionando-se. Severus enterrou-se até o fundo e ficou lá, sentindo o pênis esvaziar-se em fortes jorros. Enterrou o rosto na curva do pescoço de Harry, sorvendo e provando a carne quente sob ele. Seu coração batia forte enquanto ele se deitava ao lado do amante.

- Isso... Me abrace - disse Harry. - Queria que pudesse não terminar nunca.

Severus apenas acariciou-lhe o rosto, sem palavras.

- Você mentiu pra mim - resmungou Harry. - Isso foi simplesmente incrível.

- Eu não menti. Eu nunca minto para você. Eu também não esperava que fosse... tão incrível, como você diz.

 

 

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Ptyx, Fevereiro/2006