Nova Bruxa

 


HOGSMEADE, OUTUBR0 2003


Ginny Snape, Exclusivo:
A MUSA DO POLIAMOR CONTA SEUS SEGREDOS MAIS ÍNTIMOS

Por Mia Spalotyx

Desde que o relacionamento triplo entre Harry Potter e Severus e Ginevra Snape foi revelado, quatro meses atrás, Ginevra Snape ("pode me chamar de Ginny") se tornou alvo da inveja de muitas jovens bruxas no Mundo Mágico. Nascida em uma família tradicional e de sangue puro, os Weasleys, esta garota de longos cabelos ruivos e olhos cor de mel foi a primeira namorada de Harry Potter, quando os dois ainda cursavam Hogwarts. Mas Ginny não é apenas uma garota bonita e sensual: foi também uma das maiores heroínas da última Grande Guerra, atuando como contato entre o espião Severus Snape e a Ordem da Fênix e lutando ao lado do Menino-Que-Sobreviveu. Ao final da Guerra, Ginny viria a realizar duas novas façanhas: a de unir Harry Potter e Severus Snape, antigos desafetos, e a de dar à luz gêmeos de pais diferentes por meio de um antigo ritual grego, o Amphitryon. Em entrevista exclusiva à revista Nova Bruxa, esta jovem corajosa se queixou do tratamento da imprensa a ela e a sua família. Ginny nos recebeu, em caráter absolutamente exclusivo e sigiloso, em seu chalé em Hogsmeade, onde moram o casal a três e seus três filhos - Julia (filha de Severus) e os gêmeos Michael (filho de Harry) e Raphael (filho de Severus). Ali, em seu escritório, em meio a estantes de livros centenários, Ginny, com um surpreendente bom-humor e vivacidade, provou - como fez diversas vezes em seus vinte e dois anos de vida - que é capaz de se sair bem em qualquer situação, e revelou detalhes íntimos de sua relação a três.

Nova Bruxa: É verdade que você foi a primeira namorada de Harry Potter?

Ginny Snape: Bem, pelo menos é o que ele diz...

NB: E o seu primeiro namorado, quem foi?

GS: Michael Corner, um colega de escola.

NB: E como foi a sua primeira experiência sexual?

GS: [arregala os olhos] As pessoas respondem a esse tipo de pergunta?

NB: Sempre!

GS: Eu tive uma criação bastante tradicional. Foi na minha noite de núpcias.

NB: Sabemos como você conheceu Harry Potter e Severus Snape. Mas o grande mistério é: quando e como vocês descobriram a possibilidade de uma relação a três?

GS: Severus e eu estávamos andando pela rua quando Harry quase esbarrou em mim [risos]. No dia seguinte, Harry foi nos visitar levando um presente para nossa filha que iria nascer (eu estava grávida de sete meses). Eu sabia que Severus amava Harry. Eu também ainda amava Harry e acreditava que Harry ainda me amasse também. Foi aí que vi o jeito como Harry olhava para Severus... Dava para se ver as faíscas... Então Severus convidou Harry para ser padrinho de nosso bebê, e comecei a achar que havia uma possibilidade real.

NB: E como começou o relacionamento de vocês dois com Harry?

GS: Convidamos Harry para passar a Páscoa conosco e... você sabe como é...

NB: Vocês o seduziram. [risos]

GS: Ou ele seduziu a nós!

NB: Você acha que a postura de vocês vai ditar o comportamento futuro, em termos de relacionamentos? Vocês estão inaugurando uma nova era?

GS: Não queremos ditar nenhuma moda. Nós apenas nos amamos e queremos ficar juntos em paz, sem termos de brigar com ninguém para isso. Não achamos que nenhum tipo de relacionamento é melhor do que o outro, em si. O relacionamento a três foi o que escolhemos porque é o que parece melhor para nós, agora.

NB: Você quer dizer que esse relacionamento pode não ser duradouro?

GS: Oh, não, não foi isso que quis dizer. Mas, bem, as pessoas mudam, e a vida muda, também. Nem mesmo o melhor dos videntes consegue prever o futuro com exatidão.

NB: Como vocês conseguiram esconder de todos durante quase um ano que seus filhos tinham pais diferentes?

GS: Nossos amigos mais próximos e familiares sabiam, e nos ajudaram muito. Não foi difícil. Somos pessoas discretas. O único problema foi que eu precisei ter os gêmeos em casa, em vez de ir para uma maternidade.

NB: Isso não foi muito arriscado, para você e para os bebês?

GS: Oh, não. Nós contamos com a ajuda de Clara, a sra. Attwell, que trabalhou durante muitos anos em St Mungo e tem muita experiência em partos. Graças a Clara, tudo saiu bem, e pudemos ter nossos filhos em um ambiente familiar, bastante aconchegante. Apesar do nervosismo de Severus e Harry [risos].

NB: Como as pessoas estão reagindo diante da revelação do segredo de vocês?

GS: A imprensa tem explorado a situação de modo sensacionalista, mas isso não nos surpreende. Nós temos recebido muitas críticas de pessoas que acham que estamos fazendo isso apenas para ganhar mais notoriedade. Dizem isso de Harry, em especial, o que é uma grande injustiça, pois Harry jamais quis ser famoso. Mas temos recebido muito apoio, também.

NB: Depois da revelação de vocês, no início de julho deste ano, vocês desapareceram por dois meses. Onde vocês estavam?

GS: Nós planejamos tudo muito bem. Fomos para uma casa de campo na França, na Aquitânia, que meu irmão mais velho e minha cunhada nos emprestaram. Nós passamos dois meses lá, durante as férias de Harry. Mas não perdemos contato com o Mundo Mágico britânico. Uma pessoa de confiança nos enviava os jornais e cartas. Queríamos ficar longe da confusão para não prejudicar nossos filhos, mas não queríamos nos alienar, porque sabíamos que dois meses depois teríamos de voltar, como voltamos.

NB: Faz dois meses que vocês retornaram. Está sendo muito difícil levar uma vida normal?

GS: Bem, nós somos bruxos. Usamos de todos os recursos possíveis para nos protegermos. Agora as coisas estão mais calmas. Até decidi dar esta entrevista a vocês!

NB: Oh, mas não foi fácil conseguir entrar em contato com você!

GS: [risos] Imagino que não!

NB: Por que você aceitou ser entrevistada por Nova Bruxa?

GS: Porque a proposta de vocês me pareceu mais aberta do que a de outras revistas.

NB: A revista Nova Bruxa orgulha-se muito disso. Nossa proposta é a de uma revista para a bruxa de hoje, que discuta os problemas reais que enfrentamos no Mundo Mágico. Por falar nisso, como vocês pretendem preparar os seus filhos para atuarem no mundo moderno?

GS: Gostaria de poder criar meus filhos como crianças normais. No momento, isso está me parecendo um sonho impossível, mas espero que, com o tempo, a imprensa e as pessoas, de modo geral, passem a encarar nossa opção com mais naturalidade.

NB: Você tem alguma crítica sobre o modo como a imprensa tem tratado do caso?

GS: Como já disse, acho muito sensacionalista. E fiquei especialmente revoltada com o tratamento que alguns jornais deram a Severus, levantando problemas referentes a seu passado como Comensal da Morte. Severus já pagou por seus erros e, na minha opinião, deveria ser considerado um herói de guerra.

NB: Vamos falar mais sobre o relacionamento entre vocês. Como vocês decidem as coisas em casa? Há alguém entre os três que tenha mais poder dentro do relacionamento?

GS: Procuramos decidir tudo por consenso. Nosso objetivo é termos um relacionamento igualitário, respeitando as diferentes preferências. Muitas vezes há divergências e aí temos de chegar a um acordo: cada um tem de ceder um pouco. Mas isso acontece com os casais ditos "normais", também.

NB: Não acontece de um entre vocês se sentir relegado, ou ter ciúmes dos outros dois?

GS: Acontece, claro. Quando isso acontece, é preciso voltar pro começo, reafirmar que somos um trio e que queremos "funcionar" como um trio. Não é fácil, mas, mais uma vez, sei que esses problemas também existem dentro de um casal "normal".

NB: Você tinha ciúmes de Severus, antes de Harry passar a morar com vocês?

GS: Severus nunca me deu nenhum motivo concreto para isso.

NB: Houve outra pessoa na vida dele antes de você?

GS: Ah, eu não gostaria de comentar sobre isso.

NB: Comenta-se que Snape teria sido apaixonado por Lily Potter, mãe de Harry...

GS: Eu não vou discutir o passado amoroso de Severus.

NB: Correm boatos, também, de que ele teria tido um relacionamento com Lucius Malfoy quando era ainda muito jovem.

GS: Como é que é? Lucius Malfoy? Eu não sei nada sobre isso. Vocês vão ter de perguntar a Malfoy ou a Severus.

NB: Como é o relacionamento de sua primeira filha com Harry Potter?

GS: Julia ama o padrinho, e Harry é como um segundo pai para ela. Eles se dão muito bem.

NB: Sexo a três é melhor do que a dois?

GS: [risos] Que pergunta indiscreta! Sabe, às vezes nós também fazemos sexo a dois... Vamos dizer que... depende do momento.

NB: Você se sente uma mulher privilegiada, por ter dois maridos (usamos a palavra "maridos" apesar do fato de você não ser legalmente casada com Harry)?

GS: Nós nos amamos, e eles são maravilhosos, então, sim, eu me sinto privilegiada. Mas não quero passar a impressão de que é melhor ter dois maridos do que um, porque isso nem sempre é verdade. É como eu já lhe falei: cada um precisa escolher o relacionamento que melhor lhe convém.

NB: Finalmente, aquilo que todas as nossas leitoras querem saber: como é Harry Potter na cama?

GS: Por que vocês querem saber isso?

NB: Oh, você sabe como é: as pessoas comuns se projetam na vida de seus heróis.

GS: Sei... Mas é uma objetificação da pessoa. Isso é triste. Nós somos pessoas normais. Você está me fazendo perguntas muito pessoais...

NB: Ah, mas você está se saindo muito bem. Só mais uma pergunta, tudo bem?

GS: Manda ver!

NB: Viver com dois homens: conte-nos um detalhe surpreendente a respeito da relação de vocês.

GS: Oh, mas eu vivo com quatro homens agora, contando meus filhos! Estou acostumada: tive seis irmãos. Respondendo à sua pergunta, eu diria que o mais surpreendente é que é bastante divertido, viver com Harry e Severus. Nós damos boas risadas.

 

 

- Divertido? Você vai ver o que é divertido - disse Harry, aproximando-se do sofá e fingindo apertar o pescoço de Ginny.

Ela colocou a língua para fora, fingindo estar sufocada.

- Eu não achei nada engraçado - resmungou Severus. - Todas essas perguntas
pessoais...

- Eu acho que Ginny fez bem de dar essa entrevista - opinou Harry, sentando-se entre Ginny e Severus no sofá. - Nem todo mundo vai passar a nos amar por causa do que ela falou, mas talvez algumas pessoas nos entendam melhor.

- Eles cortaram metade do que eu falei, mas, pelo menos, não inventaram nada - comentou Ginny.

- Porque se inventassem, os Parkinsons iriam se ver comigo. Eles me respeitam - disse Severus, empinando o queixo.

- Ah, essa é a revista da prima da Pansy? - perguntou Harry.

- Isso mesmo, Marie Parkinson é a editora da Nova Bruxa - respondeu Ginny. - É uma revista que tenta ser mais progressista e feminista que a Bruxa Semanal, que é, como vocês sabem, aquele monte de fofocas sobre celebridades.

Severus folheou o resto da revista.

- Progressista? Estou vendo aqui o mesmo que nas outras revistas femininas: moda, beleza, conselhos sobre como agarrar seu bruxo... - Severus torceu o nariz.

Ginny deu de ombros.

- Eles dizem que é uma questão de enfoque.

- Eu acho que é tudo o mesmo lixo - sentenciou Severus.

- Ele está com ciúmes porque perguntaram como você é na cama, e não perguntaram sobre ele - sussurrou Ginny a Harry.

- Não tem graça, Ginevra. Você sabe como eu desprezo esse culto a celebridades.

- Hmm, Ginny, eu acho que ele está é desviando do assunto, para que a gente não pergunte a ele sobre Lucius - disse Harry.

- É mesmo, Severus. Que história é essa? Explique-se!

Mas Severus foi salvo pela entrada inesperada de Julia na sala. Julia tinha acabado de acordar e ainda esfregava os olhos de sono.

- Mãe, o Raphael pegou o meu trenzinho mágico. Ele vai estragar tudo.

- Não faz mal, filhinha. A gente usa um Reparo depois. Nós precisamos ser pacientes com os homens - disse ela, dando uma piscadela para Severus e Harry.

- Ah, mãe, mas às vezes é difícil! - reclamou a garotinha.

Severus cruzou os braços.

- Só me faltava essa agora: ter de enfrentar uma guerra dos sexos nesta casa!

- Você acha que Ginny está educando Julia para ser uma Nova Bruxa? - perguntou Harry.

- Por sobre o meu cadáver! - resmungou Severus.

 

~Finis~



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