Capítulo II - Os Espelhos

 

Sirius não conseguira dormir. Estava com Dumbledore quando este tentara destruir o anel de Slytherin nas ruínas da casa dos Gaunt, e vira o velho mago praticamente em chamas. Dumbledore se despedira com um sorriso, dizendo que só Snape poderia cuidar dele agora, e aparatara de lá, deixando Sirius a sós com a sua preocupação.

Sirius voltara para casa e esperara por Remus. Ao chegar, algumas horas depois, Remus tentara acalmá-lo e entrara em contato com McGonagall, usando pó de Flu. McGonagall lhe contara que Albus estava bem, mas que sua mão provavelmente não teria cura.

Sirius não conseguia esquecer a imagem das chamas cercando o velho mago e depois se concentrando em sua mão. Enquanto Remus tentava dormir, Sirius andava pela casa, irrequieto.

Pensou em Harry, e procurou entre suas coisas o único objeto que levara consigo para a casa de Remus, além da roupa com que estava quando fingira ter caído para trás do Véu no Departamento de Mistérios: o espelho, gêmeo do espelho que Harry deveria ter usado para se comunicar com ele.

Quase todos os dias, Sirius pegava o espelho e olhava para ele, como se esperando um sinal de Harry, que nunca vinha. Era uma esperança insana. A única vez que Harry o chamara, ele não pudera atender, e se o chamasse agora, também não poderia. Devia ficar feliz por não ter nenhum sinal de Harry, pois Harry não podia saber que ele estava vivo. E, no entanto, Sirius mirava o espelho.

Uma estranha névoa começou a se formar na superfície refletora. Sirius estreitou os olhos. De repente, a névoa começou a se dissipar, e a imagem de um salão sombrio surgiu sobre a face do espelho. Sirius achou que estava enlouquecendo.

- Remus - disse, sacudindo o braço do companheiro.

- Ahn?

- O espelho!

Sirius havia desviado os olhos para Remus, e quando os voltou novamente ao espelho, viu a imagem de um homem e um adolescente se beijando. Snape e... Harry? Não era possível. O coração de Sirius martelava em seu peito.

- Remus, olha isso... O canalha... O que ele está fazendo? O que é isso, Remus?

Remus se apoiara em seu ombro e olhava por sobre ele para o espelho.

- Não sei, Sirius. Não tenho a menor idéia.

- Você está vendo? Snape beijando Harry?

- E Harry beijando Snape, sim, com muito entusiasmo.

Sirius não podia negar que o garoto não parecia exatamente estar sendo forçado.

- Ele deve ter colocado Harry sob Imperius!

- Sem dúvida, Sirius, mas o que é que estamos vendo? Será realidade ou alguma ilusão projetada para nos atrair para uma armadilha? Precisamos tomar cuidado.

- Cuidado, Remus, que cuidado? Eu vou esmagar aquele nariz obsceno!

~* ~* ~

Naquela noite, Severus mostrou a Harry as delícias do beijo negro. Severus deitou-o de costas e começou lambendo-lhe as costas, as coxas, e dando leves mordidelas em suas nádegas. Harry se ajoelhou, elevando as nádegas, e Severus passou a língua devagar por seus testículos. Enfim, abrindo-lhe as nádegas com as duas mãos, Severus traçou um caminho úmido até sua zona mais sensível. Severus estava deixando-o louco, rodeando-lhe a fenda com a ponta da língua, umedecendo toda a região. A excitação arrastava Harry em uma espiral crescente à qual ele jamais sonharia em resistir. Enfim, a ponta da língua de Severus o penetrou, bem de leve, e começou a mover-se para cima e para baixo, e de um lado para o outro. Harry relaxou, sentindo-se preenchido em sua mais profunda intimidade.

Os movimentos se intensificaram, e a língua de Severus passou a forçar as paredes cheias de veias sensíveis, fazendo Harry dar gritos inarticulados. O próprio Severus dava gemidos guturais, pois, devido à afinidade mágica, sentia o mesmo prazer que estava proporcionando a Harry.

A mão direita de Severus cobriu-lhe os testículos, apertando-os, e depois cerrou-se ao redor do pênis de Harry. Harry impeliu-se contra ela e sentiu o orgasmo crescer dentro de si, até os dois explodirem em uníssono, em um longo espasmo de prazer.

De manhã, Severus acordara Harry bem cedo, para que ele pudesse estar em seu dormitório antes que os colegas acordassem para as aulas. Harry foi até o viveiro de Ceci. Ela não estava à vista; devia estar dormindo em sua gruta. Severus puxou-o para si e o beijou demoradamente.

Não era fácil ter de ir embora, depois de uma noite e um beijo daqueles. Mas quando os lábios de Harry se descolaram dos de Severus, uma imagem se deslocando no espelho de cristalomancia atraiu sua atenção.

- Severus, o que é que está aparecendo no espelho?

Severus se virou para o espelho no exato instante em que o rosto enfurecido de Sirius Black ganhava foco sobre ele, gritando:

- Eu vou esmagar aquele nariz obsceno!

O coração de Harry disparou loucamente, e ele teve de se segurar em Severus. A imagem de Sirius era agora muito clara. Mas Severus avançou para o espelho, varinha em riste.

- Black. Que brincadeira é essa? Você está morto.

- E você vai estar também, quando eu puser as mãos em você.

- Cale a boca. Você só fala. Se os seus amigos não estão com você, você se acovarda.

A figura de Remus apareceu no espelho.

- Sirius, é melhor parar.

A mão de Remus se agigantou, cobrindo todo o espelho, e a imagem de ambos desapareceu.

Severus ficou apontando a varinha para o espelho, trêmulo.

Harry aproximou-se dele por trás e segurou-lhe o braço.

- Ele se foi. O que está acontecendo, Severus? Como ele pôde aparecer aí, se ele está morto? O que esse espelho mostra, afinal?

- Teoricamente, o futuro. Mas espero que isso não seja o meu futuro.

- Não pode ser. E nós falamos com ele, quer dizer, você e ele estavam brigando. Isso não é futuro.

- Precisamos ter uma conversinha com Dumbledore. Já.

 

 

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Ptyx, Setembro/2005