11 - Uma Vela

 

Era a última sexta-feira em que se encontrariam antes das férias de verão. Harry havia acabado de chegar ao chalé, e eles haviam ido direto para o quarto de Snape. Enquanto tiravam as roupas - um longo processo, já que o Mestre de Poções ainda estava com suas vestes cheias de botões, Snape perguntou:

- Espero que tenha ido bem em seus exames.

- Acho que fui muito bem. Hermione que se cuide! Em Defesa eu sempre fui melhor, mas agora estou indo muito bem em Feitiços e em Transfigurações também.

Snape o fuzilou com os olhos.

- E em Poções?

- Ahem, você sabe, se eu for muito bem em Poções, não vou mais precisar fazer Recuperação, e...

Snape franziu o cenho.

- Essa foi a desculpa mais Slytherin que já ouvi, da parte de qualquer aluno! Talvez você mereça que eu o faça repetir de ano, quem sabe? Para poder cursar mais um ano em Hogwarts?

Harry riu, tirando os sapatos.

- Você... ficou chateado no último sábado, quando peguei o Snitch e acabei com os seus sonhos?

- É óbvio que fiquei chateado. Não foi justo, nós jogamos tão bem!

- Sabe que é verdade? Nunca enfrentei um time tão bom de Slytherin. Montague estava demais!

Uma expressão de orgulho se refletiu no rosto de Snape.

- Aquela versão bastante diluída da Poção Mandala que dei a ele lhe fez muito bem. Tenho toda a confiança de que ele irá passar nos exames. Só não sei se o Ministério e sua burocracia não vão impedi-lo de passar de ano. Se fosse um Gryffindor, se fosse você...

- Eu sei. Eles abririam exceções e dariam um jeito. Dumbledore não pode interferir?

- Ele me disse que fará o possível.

- Eu me senti culpado por derrotar Montague.

- Não faça isso. Tente pensar como os japoneses pensam. Ou, pelo menos, como pensavam na gloriosa época dos samurais. O importante é cada um dar o máximo de si. Montague deve se sentir orgulhoso porque enfrentou um dos melhores Seekers que já passaram por Hogwarts, e esse Seeker teve de se esforçar ao máximo para vencê-lo. Pelo menos foi isso o que eu disse a ele, e acho que ele engoliu.

- Isso não é nada Slytherin.

- Eu sei, mas nós perdemos. Como Slytherin, fui pragmático, e escolhi a moral que mais se adequava ao momento. Para consolar a mim mesmo, eu disse outra coisa. Quer saber o que foi que eu disse?

- Claro!

- Que, embora aquele Seeker houvesse acabado com o sonho de vitória da minha Casa, eu me orgulhava dele. Porque... ele é meu. Só meu.

- Oh. Isso foi... inesperado.

Já completamente nus, eles se abraçaram e trocaram um beijo longo e terno.

Depois, Snape afastou um pouco o rosto e fitou o amante com um olhar intenso.

- Eu gostaria de tentar algo diferente hoje com você. Acha que pode confiar em mim?

- Eu sempre confiei em você, Severus. Você é que não confia... ou não confiava... em si mesmo.

- É que, depois do que lhe contei a semana passada, talvez você se sinta inseguro.

- Se você se sente seguro o bastante, eu não vou querer ficar atrás.

Snape abriu outro quase sorriso. Ele estava começando a aprender a sorrir. Empurrou Harry delicadamente para a cama. Depois abriu a gaveta da mesa de cabeceira e retirou uma vela vermelha.

- Não vá tentar isso, sozinho ou com outra pessoa, com uma vela qualquer. Esta vela é especial, ela queima a uma temperatura bem baixa. - Ver o amante arregalar os olhos fez com que as expectativas de Snape se ampliassem. - Além disso, não deve tentar usar velas aromáticas como esta. As essências que incluí nela não vão lhe causar nenhum dano, mas o mesmo não pode ser dito dessas velas que se encontra por aí, nem em Hogsmeade e muito menos no mundo Muggle.

- Oh... Você vai...

- Sshhh. Você vai ver. Lumos.

A vela se acendeu. Snape sentou-se à beirada da cama, junto ao corpo nu de Harry.

- Muita gente gosta de vendar seu parceiro, mas... eu prefiro não fazer isso. Prefiro não lidar com esses jogos de poder quando estou com você. Então, se você quiser, feche os olhos, e simplesmente sinta - murmurou Snape, em voz rouca e sensual.

Harry fechou os olhos.

A primeira gota, Snape derramou próxima a um dos mamilos de Harry. O menino se contorceu assim que a cera tocou em sua pele, e gemeu de prazer quando a cera envolveu-lhe o mamilo. Snape repetiu o mesmo processo com o outro mamilo, agora pingando uma gota bem em cima do pico. Sempre provocando gemidos e fazendo o amante se contorcer de prazer, Snape prosseguiu, derramando-lhe cera sobre a barriga, o umbigo, as coxas.

- Não se preocupe, depois tiramos tudo com um feitiço de limpeza. Não vai doer - disse Snape, ao ver Harry abrir os olhos, levantar a cabeça e olhar para a cera espalhada por seu corpo com certa preocupação.

Harry deitou-se de novo, relaxando. Snape ergueu-lhe as pernas e brincou de pingar cera entre suas nádegas, ao redor de sua fenda, fazendo o garoto arquejar.

- Sabe, essa cera é realmente especial. Depois que derrete, ela não solidifica novamente: se transforma num óleo lubrificante - explicou Snape.

Em concentração total, Snape pingou a cera sobre seu próprio pênis. Ah, aquilo era bom! Quase bom demais. Fechou os olhos de prazer por um instante. Quando os abriu, viu Harry observando-o, como que fascinado. Então Snape largou a vela sobre um prato à mesa de cabeceira e, posicionando-se, penetrou em Harry em um só mergulho.

Era como chegar em casa depois de uma longa jornada de dor e tédio. Ele estava se acostumando àquela sensação, e não conseguia mais pensar em sua vida sem o menino Gryffindor que se agarrava a ele com todas as suas forças. Mais uma ou duas arremetidas e o garoto iria gozar. Snape estendeu a mão e pegou a vela, com o máximo cuidado. Penetrou outra vez em Harry até a raiz, atingindo-lhe a próstata em cheio uma, duas vezes. Então, no exato instante em que o pênis de Harry começava a pulsar, derramou a cera que se acumulara sobre a vela. Harry gritou e arqueou o corpo, em louco prazer. Foi o que bastou para Snape também gozar, sentindo algumas gotas ainda quentes atingirem seu pênis.

~* ~* ~

Alguns minutos depois, com os dois ainda entorpecidos sob o efeito pós-clímax, Snape declarou:

- Eu não vou deixar você sozinho na casa daqueles Muggles esse tempo todo. De jeito nenhum.

Harry o encarou com surpresa.

- Eles... não batem em mim, nem nada assim violento.

- Só deixam você morrendo de fome e o prendem em armários, não é? - retrucou Snape, sarcástico.

Harry deu de ombros e não disse nada.

- Nada vai me fazer mudar de idéia. Eu vou vê-lo lá, pelo menos duas vezes por semana.

Harry abriu um sorriso de orelha a orelha.

 

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Ptyx, Setembro/2004