8 - Snivellus

 

I

 

Pela primeira vez eles estavam brigando, e por um motivo absolutamente fútil: Snape reclamava que Harry dormira com o seu travesseiro favorito, e ele tivera de usar outro.

- Você é um puta chorão, Severus.

Snape fechou a cara de imediato. Então se virou para o outro lado, dando as costas a Harry.

Harry tocou-lhe a parte superior do braço com a mão.

- Severus?

Snape não respondeu. Pareceu encolher-se um pouco mais.

Harry abraçou-o por trás e encostou a cabeça em suas costas, em silêncio. Involuntariamente, as imagens começaram a passar por sua mente, como um filme. James e Sirius zombando do menino que chorava com a cabeça oculta pelos braços sobre uma carteira escolar. O menino de cabelos negros e pele amarelada soluçando. Sirius puxando-lhe os cabelos, forçando-o a erguer o rosto, todo vermelho e molhado. James gargalhando. "Veja só o Snivellus. Que nojo."

- Severus - disse Harry, com voz embargada.

Snape se virou de supetão.

- Está lendo minha mente! Quem o autorizou? Você é mesmo um Potter!

- Não! Não fiz por querer. Eu só queria entender você, chegar até onde você está, aí, tão longe... E aí as imagens começaram a aparecer...

Harry tirou-lhe os cabelos do rosto.

- Eu não sou como eles, Severus. Eu amo você. Eu amo também aquele menino que você era. Eu amo Snivellus.

O rosto de Snape se contorceu em uma careta de dor, e ele puxou Harry contra si, um pouco por querer o contato, mas também para ocultar o rosto.

-Harry... Faça amor comigo. Eu quero sentir você dentro de mim.

~*~*~

II

Ele começa a acariciar meu corpo, com as mãos, os lábios e a língua, explorando cada superfície e as curvas dos meus músculos. Toca em meus mamilos, a princípio de leve, depois aperta-os, lambe-os, morde-os. Não consigo mais me controlar, e gemo. Arqueio o corpo contra ele.

Os olhos dele brilham como faróis verdes na noite. Sem dizer nada, ele se levanta, o corpo adolescente ágil e flexível, o pênis semi-ereto. Ele abre a gaveta da cabeceira e pega o lubrificante. Abre a tampa em movimentos lentos. Impaciente, eu o vejo espalhar o lubrificante pelo membro. A visão é demais para mim. Engulo em seco. Não é a primeira vez que eu o deixo ficar "por cima", mas, de alguma forma, é como se fosse. Porque ele acaba de tocar em algo muito íntimo meu, e eu estou me abrindo completamente para ele.

Ele levanta minhas pernas, passa o lubrificante em mim também, massageando-me com os dedos, fazendo pequenos círculos. Depois, procura se posicionar para obter o melhor ângulo. E então eu sinto aquela deliciosa pressão em minha fenda. Relaxo, e a pressão se torna mais forte e firme. Ele desliza para dentro em um único golpe e, lentamente, penetra até a raiz. Sem dor, sem preparação, só deslizando majestático, enchendo meu corpo e minha alma, e gemendo de prazer.

Começa a se mover, sempre devagar, em longas penetrações - exatamente como ele sabe que gosto. Ele estende a mão e me acaricia o rosto, com olhos vidrados. Eu seguro a mão dele com a minha, e a aperto. Entrelaço os dedos aos dele. Começo a me mover com ele e, nesse instante, ele cerra a outra mão ao redor de meu pênis, possessivamente, e começa a bombeá-lo em ritmo firme e seguro. Ele muda um pouco o ângulo e... oh.

Ouvindo-me gemer alto, ele sorri, ofegante. Meu pênis começa a pulsar.

- Harry... Diga de novo o que me disse agora há pouco. Me chame de Snivellus. Eu quero exorcisar esse nome para sempre.

E Harry, num suspiro entrecortado, quase a ponto de gozar, diz:

- Snivellus, eu te amo.

E então eu não vejo, ouço nem sinto mais nada, a não ser o puro êxtase.

 

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Ptyx, Setembro/2004