Já era a terceira vez que usavam o Vira-Tempo naquela noite. Haviam passado a primeira noite no andar de baixo, a segunda no escritório e agora estavam na espaçosa e confortável cama do quarto de Snape.

- Hm - disse Harry, subindo em cima do parceiro.

- Que eloqüência, Potter. Quais são as suas intenções para comigo?

Harry corou. Às vezes ele tentava ser ousado, mas aquilo não era muito do seu estilo. De qualquer forma, aos poucos se sentia mais à vontade com Snape.

- Er... Trepar com você e fazer você gozar até dizer "chega"?

- O seu vocabulário anda melhorando bastante nos últimos tempos...

- É que tenho ficado muito tempo com você - respondeu Harry.

Foi a vez de Snape segurá-lo com firmeza e rolar para cima dele, invertendo as posições. Ao sentir a pressão do membro de Snape roçando no seu, Harry gemeu.

De repente, um ruído fez com que Snape erguesse a cabeça, em sobressalto. E o que viu o fez embranquecer.

- Harry... Feche os olhos.

Harry obedeceu, inquieto.

- O que foi?

- Ah, não - disse uma voz semelhante à de Harry, mas muito mais cansada e rouca. - Outra vez, não!

O coração de Snape batia acelerado.

- Harry, nós fizemos algo de muito errado. Em algum ponto de nossas viagens no tempo, fizemos alguma confusão.

Sem conseguir resistir, Harry abriu os olhos e viu uma versão mais cansada e aparentemente bêbada de si mesmo se atirar à cama junto com eles. E um outro Snape, também mais cansado e muito, muito bêbado, vir atrás do outro Harry.

- Harry, o que... - Trôpego, o outro Snape estancou. - Oh, não.

Snape saiu de cima de Harry e fuzilou o segundo Harry com os olhos.

- O que foi que você aprontou, pirralho?

O outro Harry, com olhos embaçados e cheirando a vinho, jogou-se em cima de Snape.

- Tudo bem, Sev, não adianta reclamar. Nós já sabemos o que vai acontecer. Nós quatro vamos trepar loucamente uns com os outros nessa cama. Relaxe e goze.

Snape afastou o segundo Harry de si, com firmeza.

- Que conversa absurda é essa? E que jeito é esse de me chamar? Você está caindo de bêbado!

Na verdade, quem havia caído de bêbado - felizmente, na cama, mas, infelizmente, em cima de Harry - era o outro Severus.

- Ei - exclamou Harry -, vamos com calma!

Severus puxou o segundo Severus de cima de Harry .

- Escute aqui, comporte-se! Nós estávamos aqui primeiro.

- Ahn - resmungou o outro Severus. - Eu sabia que nunca deveria ter-me envolvido com o filho de James Potter.

- Como é que é? - exclamaram juntos os dois Harrys.

Severus bufou.

- Parem com isso! Saiam já daqui!

- Eu já disse, nós já vimos isso acontecer. Nós não vamos sair. Nós vamos ficar e fazer um ménage à quatre.

Severus apontou para o segundo Severus, que já estava roncando.

- Tem certeza?

- Tenho - disse o segundo Harry, jogando-se de novo em cima de Severus. Harry, por sua vez, agarrou Severus por trás.

Severus suspirou. Já que aquilo já havia acontecido, que mal havia em se entregar a dois Harry Potters de uma só vez? A idéia exercia efeitos poderosos em seu membro.

Logo, se alguém entrasse no quarto de Snape naquela hora, veria Harry operando maravilhas com sua boca em Severus, que era penetrado por trás por outro Harry.

Antes que Severus pudesse gozar, no entanto, o segundo Snape se ajoelhou na cama, furioso.

- Vocês querem parar com isso?

Harry apiedou-se ao ver o estado de abandono do segundo Snape, e sussurrou a Snape:

- Ele também quer entrar na roda, Severus. Vamos deixá-lo entrar.

E Harry planejou um complicado 69 a quatro, formando um quadrado: Severus chupando o segundo Harry que chupava o segundo Severus que chupava Harry que chupava Severus.

Todos gozaram, exceto o segundo Severus, que estava, realmente, podre de cansado. Os dois Harrys passaram a cuidar dele: o segundo Harry continuou a chupá-lo, enquanto Harry alternava beijos, lambidas e mordidas. Severus só observava, incrédulo. Finalmente, ele sucumbiu à tentação.

- Eu sei como acabar com essa história de uma vez.

Snape posicionou os dois Harrys e o segundo Snape de forma a ter livre acesso ao segundo Snape, e começou a penetrá-lo com a língua. O segundo Snape gemeu e se contorceu, e gozou quase de imediato.

Acabaram todos dormindo embolados, em uma confusão de braços e pernas.

~*~*~

O outro Severus e o outro Harry dormiam um sono pesado quando Harry ergueu a cabeça e encontrou a cabeça de Severus também erguida, na outra extremidade da cama.

- Vamos cair fora?

- Para onde? - perguntou Severus.

-Que tal irmos tomar um banho?

- Estou com fome. Podíamos também chamar aquele jantar à base de frutas que eu deixei pronto na cozinha.

~*~*~

Cerca de uma hora depois, lá estavam Severus e Harry, imersos na banheira circular de Snape, cobertos de espuma e envoltos pelo aroma de uma mistura de ervas, flores e especiarias. Em um banquinho ao lado da banheira, uma tigela com salada de fruta, uma concha, duas tigelinhas, duas taças e duas garrafas de vinho. Uma já vazia, a outra pela metade.

- Severus - disse Harry, hesitante.

- O que é?

- Er... Eu não sabia que você gostava... você sabe... aquilo com a língua..."

- Ah. Pois é.

- Você gostaria que eu fizesse isso em você? - perguntou Harry.

Snape corou, e seus olhos brilharam em expectativa.

- É um carinho muito íntimo, Harry. Se você não quiser...

- Mas eu quero!

Snape puxou-o para o seu colo, de frente para si, criando ondas na banheira e fazendo com que um pouco da água transbordasse. Beijou o garoto, deliciando-se com o gosto de vinho mesclado ao sabor doce que era característico de Harry, e movendo os quadris sinuosamente contra os dele.

Então murmurou ao ouvido de Harry:

- Primeiro eu vou mostrar a você.

Harry arregalou os olhos.

- Descanse a cabeça na borda da banheira, se quiser... aqui, nesta plataforma... e separe as pernas o mais que puder. Isso mesmo... Assim o seu lindo traseiro fica acima da água, e acessível.

Snape se ajoelhou por trás dele, e separou as nádegas de Harry. Mantendo-as separadas com firmeza, começou a lamber os testículos, depois a área sensível entre os testículos e o ânus e, por fim, a circular a região do ânus. Devagar, Snape começou a penetrá-lo, imprimindo um ritmo. Harry arquejou.

Snape forçou a língua ainda mais para dentro. Ao mesmo tempo, tomou o pênis de Harry nas mãos e começou a bombeá-lo. Em poucos minutos, Harry estava gozando em sua mão.

- Oh. -Harry se sentou novamente na banheira. - Isso foi incrível!

- Obrigado. Se eu tivesse um nariz menor, seria melhor ainda.

Harry deu uma risadinha.

- Não dava para ser melhor! - Então fitou Snape com olhos sonhadores. - Agora é a minha vez.

- Primeiro vamos tomar outra taça de vinho.

~*~*~

Imaginando que sua língua era seu pênis, Harry penetrou fundo, sentindo cada centímetro da fenda úmida e quente. Era tão bom sentir Snape derretendo, gemendo, arquejando. De certa forma, é melhor dar prazer do que sentir, pensou Harry quando Snape gozou com violência apenas com a penetração de sua língua.

Snape pronunciou um encanto de limpeza e entrou dentro da banheira outra vez, puxando Harry para um beijo.

Depois, serviu mais duas taças de vinho, esvaziando a última garrafa.

Sorvendo seu vinho, Harry olhou para Snape.

- Posso fazer uma pe... pergunta?

- O que é?

- Eu queria saber... - Harry se sentia constrangido, com medo e bêbado. Não conseguia completar a frase.

- Pode perguntar - respondeu Snape. - Eu fiz isso com várias pessoas, mas só um teve a coragem de fazer comigo. Porque eu pagava a ele todas as sextas-feiras.

- Você quer dizer... Pier?

Snape concordou com um gesto de cabeça.

- Oh. Então, de certa forma, era eu mesmo - disse Harry.

Snape deu de ombros.

- Se quer pensar que era... Mas não é a mesma coisa. Eu não o trocaria por ele. Mesmo com toda a experiência dele.

Harry exultou. Então, em silêncio, eles esvaziaram suas taças, e ficaram abraçados por um algum tempo.

- Ainda temos o laboratório para ir - disse Harry, enfim, com voz arrastada.

- Eu estou morrendo de sono - resmungou Snape, com voz ainda mais arrastada. - E você está bêbado. Acho melhor você voltar a Hogwarts. - Snape bocejou. - Essa foi uma noite muito agitada. Quero descansar agora.

- Eu, bêbado? Se eu estou bêbado, você já entrou em coma alcoólico!

Snape ia protestar veementemente, mas Harry já estava pegando o Vira-Tempo do banquinho e colocando-o ao redor de seus pescoços.

- Sev, eu quero ir dizer tchau pro Godric e o Salazar.

Mas naquele exato momento, Snape escorregou, e os dois afundaram na água.

- Só espero que essa maldita coisa não tenha virado muitas vezes - resmungou Snape, assim que eles conseguiram emergir.

Harry pegou uma toalha e saiu da banheira.

- Vou pegar meus óculos no quarto - anunciou.

- Não, espere!

Tarde demais. Harry abriu a porta, e...

O outro Severus e o outro Harry estavam deitados na cama - Severus em cima de Harry. O outro Severus ergueu a cabeça e encarou-o com o mais absoluto espanto.

- Harry... Feche os olhos - disse ele para o outro Harry.

O outro Harry obedeceu, inquieto.

- O que foi? - perguntou o outro Harry.

- Ah, não. Outra vez, não!