Epitalâmio

 

 

Janeiro de 1999

- E agora? - perguntou Ginny, assim que eles chegaram em casa, vindos da festa de casamento.

- Agora, minha digníssima esposa, eu vou lhe pedir que se livre desse seu mascote - Severus agarrou Arnold, que estava em seu lugar favorito, ou seja, no ombro de Ginny. - Não pretendo dormir com ele também.

Ginny riu.

- Eu vou levá-lo para o sótão. Ele está estressado com todo o agito de hoje, e aposto que vai cair no sono assim que eu o colocar na cama.

Ginny subiu as escadas com certa dificuldade: o longo vestido de noiva, em cetim branco decorado com rendas e pérolas, era um sonho, mas lhe estorvava os movimentos. Ela também estava estressada. Casar podia ser muito romântico, mas ao mesmo tempo era tão repousante quanto andar numa montanha russa.

Severus havia arrumado o sótão. Livrara-se de todos os móveis velhos e caixas de badulaques. Lá havia agora apenas algumas almofadas sobre um piso acarpetado. Uma daquelas almofadas serviria de cama para Arnold.

- Arnold, fique aqui, bonzinho. Severus e eu agora queremos passar esta noite a sós.

O mini-pufe ronronou, mas parecia um tanto desanimado. Pobre Arnold. Estava acostumado a ficar com ela o tempo todo, e agora teria de dividi-la com Severus. Talvez eles devessem encontrar uma companheira para ele. Mas Severus nunca iria deixá-lo acasalar. Ginny estremeceu só de pensar na cara que Severus faria ao se ver cercado por uma nova ninhada de mini-pufes.

Na verdade, Ginny ainda não sabia se aquela história de "acasalar" era tão boa quanto algumas pessoas diziam. Muitas mulheres, aliás, se queixavam, especialmente da primeira noite. Hermione havia lhe enviado por coruja uma caixa de livros sobre o tema, inclusive um interativo, e Luna lhe enviara um livro sobre a sexualidade dos Pheasty Humperdincks e dos Lampooreans. Ginny folheara os livros e brincara com as fotografias interativas, mas sabia que na hora H tudo seria diferente do que imaginara. Estava decidida a ter paciência e não esperar muito da primeira noite, mas temia a reação de Severus caso algo saísse errado.

O ronco suave de Arnold a despertou de suas divagações. Precisava descer, ou Severus ficaria impaciente. Ginny se levantou, saiu e fechou a porta do sótão. Descer as escadas era ainda mais difícil de subir, com aquele vestido! Ao chegar ao primeiro andar, encontrou Severus no quarto, ao pé de sua nova cama de casal, ajeitando os belos lençóis de linho branco que Bill e Fleur haviam dado para eles. Parecia algo bem idiota para se fazer, já que a idéia era que eles iriam desarrumar aquilo tudo em seguida...

- Pare onde está - avisou Severus, vendo-a à porta. - Saia já. A sua entrada na câmara nupcial não é permitida.

Para disfarçar o nervosismo, Ginny partiu para o ataque:

- Bem, eu vou ter de esperar muito?

Severus lançou-lhe um de seus olhares mais penetrantes, e ela ficou como que hipnotizada. Ele veio em sua direção e a empurrou de leve para o corredor, apertando-a com o corpo contra a parede. Ginny passou os braços ao redor da cintura dele e seu coração disparou. Como em câmara lenta, Severus se inclinou para ela e cobriu-lhe os lábios com os seus. Os braços dele a enlaçaram e a apertaram contra si. Então ele passou um braço por baixo das pernas dela enquanto mantinha o outro em suas costas, e a pegou no colo.

Severus a carregou para a cama, deitando-a com cuidado sobre o lençol. Retirou-lhe a tiara cravejada de pérolas e soltou-lhe os longos cabelos, ajeitando-os antes de depositar-lhe a cabeça sobre um travesseiro. Ele se deitou ao lado dela e fitou-a, o cotovelo apoiado num travesseiro e o rosto descansando sobre a mão. Ele estava muito atraente em suas vestes negras de gala. Havia hesitação e preocupação em seu semblante, e as mãos sempre tão firmes estavam um pouco trêmulas.

Mas foi ele que perguntou:

- Você está com medo?

- Um pouco - disse ela. - E você?

- Eu não quero que você faça nada só porque acha que deve fazer. Quero que me diga o que está sentindo. Se estiver com medo, quero que me diga. Se quiser que eu pare, peça.

- Eu é que mando? - perguntou ela, em tom de brincadeira, mas um leve trêmulo traiu seu nervosismo.

Ele puxou-a para si, apertando seus corpos um contra o outro.

- Exato.

Ginny passou os braços ao redor dele. Por um longo instante, eles ficaram apenas abraçados, agarradinhos, e ela sentiu um pouco da tensão se esvair.

- Acho... que é melhor tirarmos os sapatos.

Pela cara de surpresa que ele fez, Ginny percebeu que ele estava tão distraído que se esquecera completamente dos sapatos. Para um homem metódico feito Severus, aquela distração era incomum e reveladora. Provavelmente ele estava tão tenso quanto ela! Sentando-se na borda da cama, ele tirou os sapatos dela com um cuidado do qual ela não o imaginava capaz, embora já estivesse acostumada com o modo diferente como ele a tratava. Severus pegou um de seus pés nus entre as mãos e massageou-o, fazendo-a ronronar de prazer. Ele mordiscou-lhe a carne mais macia da parte interna, depois lambeu e chupou-lhe o dedão. Ela se contorceu toda - nunca imaginara que aquela parte de seu corpo pudesse ser tão sensual!

Depois que cada um dos dedinhos dela havia recebido cuidado similar, Severus tirou os próprios sapatos e se deitou novamente ao lado dela. Ginny comprimiu-se contra ele e não conseguiu resistir à vontade de roçar o corpo contra o dele, só um pouquinho, para senti-lo contra si. Como seu vestido fosse sem mangas e cavado atrás, quando ele começou a acariciar-lhe os braços e ombros em longos, lânguidos círculos, a sensação de pele nua contra pele nua provocou-lhe um delicioso estremecimento de prazer.

Ele se inclinou e espalhou beijinhos por sua testa, sobrancelhas e pálpebras. Quando ele beijou-lhe o canto da boca, ela mergulhou os dedos nos cabelos negros para segurá-lo onde queria... Ginny hesitou um pouco antes de insinuar a língua por entre os lábios dele - provando-o de leve, só uma rápida lambida. Ele arquejou. Ela ousou ir um pouco mais fundo. A língua dele veio em busca da dela, explorando e comprimindo-se e entrelaçando-se provocantemente.

Ginny pecorreu os rígidos músculos do tórax de Severus e os largos ombros, depois passou os braços ao redor dele e os manteve ali. Ele abrandou o beijo até que seus lábios fossem apenas um leve sopro de ar sobre os dela, e apertou-a contra si. Ela se contorceu para ficar o mais junto a ele que podia. Quando os lábios dele encontraram-lhe o lóbulo da orelha, ela fechou os olhos de prazer. Ele deu pequenos golpes de língua sobre a pele sensível, lambeu a parte externa da orelha e depois introduziu a língua lá dentro, retirando-a em seguida para soprar suavemente lá dentro, enviando um tremor que percorreu todo o corpo dela e a fez curvar os dedos dos pés. Ela o sentiu rindo junto à sua orelha.

- Gosta? - perguntou ele, em voz rouca.

- Muito.

Severus roçou-se em seu pescoço, lábios sedosos descendo até a clavícula enquanto as mãos percorriam-lhe a região das costelas. Ela arqueu languidamente ao seu toque.

- Talvez seja melhor... nos livrarmos disto - murmurou Severus, puxando-lhe as alças do vestido de noiva.

Por um momento, Ginny ficou dividida entre o desejo e a vergonha. As mãos dele pousaram de leve sobre seus seios, depois roçaram-lhe os mamilos, que endureceram de imediato. Quando ela foi de encontro ao seu toque, as mãos dele se afastaram, fazendo-a gemer de frustração e desejo.

- Está bem - ela disse. - Mas se você quiser me ajudar com os botões, acho que vou ter de virar de costas.

Ele ajudou-a a virar. Os botões desciam por toda a extensão. Ele raspou os dentes de leve nos ombros dela e mordiscou-lhe o pescoço enquanto os dedos lutavam para abrir o botão superior. Enfim, ele conseguiu abri-lo. Os outros botões se seguiram rapidamente àquele primeiro.

- Você parece ter muita prática em abrir vestidos de noiva - brincou ela.

- Tenho muita prática com botões sim, mas nenhuma com noivas - respondeu ele, em seu tom levemente irritado.

Mas quando ele fez com que o vestido deslizasse de seu corpo em um toque suave como pluma, deixando-a apenas de sutiã e calcinhas, e virou-a suavemente para si, seus olhos estavam turvos de desejo.

- Você é linda.

Ele a envolveu em seus braços. Ela o abraçou também e se aconchegou junto a ele, sentindo-se segura e acalentada nos braços dele. Mãos suaves deslizaram-lhe pelos ombros e costas, traçando figuras aleatórias sobre sua pele. Dedos suaves contornaram-lhe os seios, provocando-a.

Ginny estava derretendo sob o toque de Severus.

- Por favor...

Ele deu um sorriso sádico e continuou roçando o tecido sedoso ao redor de seu seio até ela ficar desesperada por seus dedos. Por um instante, ele lhe deu o que ela desejava, a ponta de seus dedos traçando círculos ao redor de seus mamilos até que eles ficassem tão excitados que doíam, mas então, antes que ela pudesse saciar-se, as mãos dele desceram-lhe pelas costelas e estômago.

O polegar dele brincou com o elástico de suas calcinhas. Ele deslizou os dedos por sobre a seda macia, evitando o espaço entre suas coxas, e ela gemeu.

- Ah... Você é um sádico!

Ele deu um sorriso torto e se inclinou sobre ela, tocando-lhe os lábios com os seus enquanto sua mão cobria-lhe um seio e o afagava. Ginny estava louca de vontade de prová-lo, e ele a atendeu, selando os lábios aos dela.

O longo e sensual beijo chegou ao fim quando ele desceu os lábios quentes e úmidos por sobre sua pele até encontrarem a seda que lhe cobria os seios. Ela não conseguiu conter um grito. Ele deixou escapar um leve gemido e abocanhou-lhe o mamilo através do tecido.

Ela enfiou os dedos por dentro dos cabelos dele e agarrou-o convulsivamente.

- Por favor...

- Você manda.

As mãos dele percorreram-lhe as costas para abrir-lhe o gancho do sutiã. Ele puxou as alças ombros abaixo e afastou-lhe o suave tecido do corpo em um lento gesto sensual. E então ele se inclinou outra vez, e sua boca quente e úmida tocou-lhe a pele, os lábios cerrando-se ao redor daquele pequeno ponto e sugando-o.

Ele procurou o outro seio, traçando espirais quentes e úmidas ao redor antes de repousar sobre o mamilo. Desta vez ele mordeu de leve enquanto a língua golpeava rapidamente a carne tenra, e ela arqueou-se, impotente diante de tanto prazer.

Severus deslizou as mãos por suas costas e pelas laterais do corpo, depois pelo ventre, depois mais embaixo... Traçou com o dedo uma ousada curva ao redor do tecido úmido, provocando-a em uma longa espiral ao redor do local onde ela mais queria que ele a tocasse. Ginny não conseguiu conter os gemidos que aquelas carícias evocavam.

Severus desceu a boca dos seios pelo centro do corpo de Ginny. Roçou no elástico das calcinhas, depois traçou uma linha úmida com a língua até a seda já umedecida...

Ginny gritou diante da sensação daquela língua se movendo sobre a seda. Ergueu a cabeça para poder enxergá-lo. Vê-lo tão absorto e concentrado no que fazia teve um efeito afrodisíaco sobre ela, e os suaves golpes de língua e os dedos vincando a seda de suas calcinhas a estavam levando para perto do limiar.

- Oh, Severus, é tão bom... Por favor...

- O que você quiser, minha esposa...

Ela quis responder, mas não conseguiu mais coordenar os pensamentos quando ele enfiou os polegares dentro do elástico de suas calcinhas e as puxou para baixo, até conseguir removê-las. Em expectativa, ela o viu ajoelhar-se entre suas coxas e fitar-lhe o corpo como se ela fosse a mulher mais bela do mundo antes de se inclinar para aplicar os lábios sobre a carne palpitante.

A princípio, foi apenas um suave beijo. Depois um movimento da hábil língua umedecendo ainda mais aquele que era o seu ponto mais sensível. Ginny mordeu o lábio para não gritar. Como se aquela doce tortura não fosse o bastante, o dedo de Severus sondou-lhe a abertura. Ela se lançou na direção da pressão, querendo mais dele dentro de si. Quando ele enfiou o dedo, só um pouquinho, ela se viu impelindo-se contra ele, estabelecendo um ritmo que combinava com o da boca de Severus. Seus músculos se contraíam para segurar o dedo de Severus ali, dentro dela.

Ele aumentou o ritmo dos golpes de língua, cada vez mais rápidos. Ela segurou a cabeça dele e se arqueou contra seu corpo, sentindo o calor intensificar-se e o prazer concentrar-se na área entre suas pernas...

- Oh, Severus...

E então o mundo se estilhaçou em milhares de fragmentos estelares enquanto o prazer a percorria, e ela arqueou-se para ele, querendo mais dele para ela. Ele fez com que o prazer durasse, em longas carícias de mão e língua, mantendo o ritmo para ela até que ela se estirasse sobre a cama, esgotada.

Ele veio deitar-se a seu lado, fitando-a com uma expressão de adoração.

Então ela olhou para ele, e viu que ele ainda estava completamente vestido...

- Isso não é certo. Eu também quero ver você, tocar você...

Ele estremeceu visivelmente, mas não a impediu quando os dedos dela encontraram os botões de suas vestes.

- Lembra aquele dia em que você foi ferido por uma maldição no seu aniversário? Eu tive de abrir suas vestes para tratar do seu ferimento... Depois que fechei sua ferida, você estava de olhos fechados, e eu fiquei admirando seu corpo, querendo tocá-lo...

Ele sorriu e pareceu relaxar.

- Você tem estranhos gostos, minha esposa.

Ela abriu a longa fileira de botões, um por um, e empurrou o tecido para o lado para revelar o tórax esguio com uma leve penugem negra e a cueca de seda negra que, pressionada pela ereção, parecia uma tenda. Ele parecia estranhamente vulnerável, assim, e ela tentou se concentrar em tirar-lhe as vestes pelos ombros, o que ela fez com mãos trêmulas.

Ele deve ter-lhe notado a hesitação, pois olhou bem dentro de seus olhos e disse:

- Não se esqueça de que você não tem de fazer nada que a faça sentir-se desconfortável.

- Você disse que eu estaria no controle, e eu quero fazer isso.

- Gryffindor...

Ela o puxou para si, ávida pelo contato; ele se deixou conduzir. Ela passou os lábios pelo peito dele e maravilhou-se ao senti-lo estremecer. Ela queria tê-lo à sua mercê, como ela estivera diante dele. Esfregou-se os lábios em seu pescoço, depois passou a língua pela pele sensível do lóbulo da orelha. Ele arquejou, então deixou escapar um suspiro e a deixou fazer o que queria.

Ginny traçou uma trilha de beijos pelo pescoço e clavícula, mordiscando-lhe os tendões, raspando os dentes sobre a pele dele. Percorreu-lhe o tórax com os lábios. Ele emitiu um som semelhante a um ronronar, e ela assegurou-se de que ele estava gostando do que ela fazia. Sentiu-se orgulhosa: afinal, tinha Severus Snape sob suas mãos, entregando o controle a ela, e isso era uma verdadeira façanha.

Começou a explorá-lo com as mãos, passeando com os dedos por seus braços e ombros, e procurou-lhe os lábios com os seus. Seus lábios se uniram, e ela comprimiu-se contra ele, desfrutando do contato corpo-a-corpo. Insinuou a mão por entre seus corpos para brincar com os mamilos dele, rolando-os entre o polegar e o indicador e beliscando-os de leve.

Ela descolou os lábios dos dele e desceu-os para traçar com a língua espirais provocantes ao redor de um de seus mamilos. Ele gemeu ao toque da língua e mergulhou os dedos em seus cabelos. Ela o sugou, depois contornou-o preguiçosamente com a língua. Deu ao outro mamilo as mesmas atenções antes de descer até o estômago e explorar-lhe o umbigo com a ponta da língua.

Descendo ainda mais, ela encostou o rosto em seu membro ereto, sentindo o intenso calor que atravessava o fino tecido.

Ele gemeu, e seu pênis pulsou. A respiração dele estava rápida e alterada.

- Se você não parar agora... oh, Deus...

Ela não pôde deixar de sorrir diante da reação dele.

- Eu quero fazer isso. Não se preocupe.

Ela puxou as cuecas dele para baixo. Ele ergueu os quadris para ajudá-la, e ela removeu a última peça de tecido que ainda cobria o corpo dele.

Ela não conseguia tirar os olhos do pênis de Severus. Era grande, e estava inchado e rígido. Ela ficou um tanto intimidada, mas estava decidida a dar-lhe prazer. Curvou os dedos delicadamente ao redor dele, e maravilhou-se ao notar como era aveludado e quente e como pulsava sob o seu toque. Ele gemeu alto.

Perversamente, ela se inclinou e esfregou os lábios sobre a floresta de pêlos escuros que cercava-lhe a ereção. Severus projetou-se para cima ao senti-la aproximar a boca.

- Ginevra...- A voz dele tinha um tom de urgência. - Você não precisa fazer isso.

Ela ergueu a cabeça um pouco.

- Eu sei. Eu quero.

Então ela se reclinou outra vez e percorreu-lhe toda a extensão com os lábios. Lambeu-o da base até a ponta, e depositou um beijinho ali, bem na ponta, fazendo-o ofegar. Então Ginny contornou-lhe o pênis com a língua. O sabor era delicioso, e o cheiro de almíscas era muito excitante. A mão direita dela segurava a base e, enquanto ela movia os lábios para cima e para baixo, só na pontinha, a sua mão esquerda cobriu-lhe os testículos e massageou-os com firmeza. Ele deixou escapar um som desarticulado, suas mãos agarrando o lençol com toda a força. Ela cerrou os lábios ao redor dele e sugou-o o mais forte e profundamente que conseguiu. Os dedos dele penetraram em seus cabelos e ele tentou afastá-la. O ofegar de Severus transformou-se em uma súplica desesperada.

- Ginevra... Não posso mais... Se você não...

Mas ela não afastou a boca, e ele gritou o nome dela em voz rouca. Ela sentiu o pênis de Severus pulsar e apertou-lhe os testículos com um pouco mais de força. Todo o corpo dele ficou rígido, e seu sêmen jorrou, preenchendo a boca e descendo pela garganta de Ginny.

Era gostoso, e ela engoliu o quanto pôde.

As mãos de Severus acariciavam-lhe os cabelos enquanto a respiração dele voltava ao normal.

- Você foi fantástica. - Ele estendeu a mão para ela, e ela a segurou. - Entretanto, receio que não possamos consumar nosso casamento esta noite.

- Oh, bem... Vamos ter muitas outras oportunidades.

Ela se arrastou para cima e se aninhou nos braços dele.

Por um longo tempo, eles ficaram abraçados, aquecidos e saciados. Então ele a beijou, e eles começaram a brincar de se esfregar um no outro, languidamente, e a entrelaçarem braços e pernas. Os hábeis dedos de Severus percorreram-lhe os ombros, desceram-lhe pelas costas e laterais do corpo e se curvaram ao redor de suas nádegas. Ela comprimiu as palmas contra as costas dele, sentindo-lhe os músculos sob os dedos, regalando-se com o mero ato de tocá-lo.

Eles se moviam juntos, pele sobre pele, saboreando a sensação de seus corpos colados um ao outro. Ela passou uma perna por sobre seus quadris. O contato era deliciosamente íntimo, e eles continuaram brincando assim, completamente sintonizados ao corpo um do outro, esfregando-se um contra o outro, até que ela sentiu a rigidez dele contra suas coxas. Ginny pressionou os quadris contra os dele, intensificando o contato, e sentiu o calor febril do desejo entre suas pernas outra vez.

- Pensando bem - murmurou ele, sem fôlego -, talvez seja possível consumarmos nosso casamento hoje. Se você quiser, é claro.

- Oh, eu quero! Eu quero você dentro de mim.

Ele estendeu a mão para abrir a gaveta da mesinha de cabeceira e pegar um frasco.

- Vou usar um bálsamo para que você não sangre nem sinta dor. Talvez isso diminua um pouco as suas sensações, porque, por estranho que possa parecer, prazer e dor fazem parte de um contínuo de sensações.

- Quer dizer que não há uma fronteira definida entre dor e prazer, é isso?

- É.

- Tudo bem. Se você acha que esse bálsamo é uma boa idéia...

- Acho. Só das primeiras vezes - disse ele, em tom seguro.

Ela relaxou, porque a idéia de que teria de passar por um momento de dor não deixara de atormentá-la desde o início.

Então ela não conseguiu pensar em mais nada, porque as mãos dele estavam descendo-lhe pelo corpo, acariciando-lhe os quadris, as coxas e insinuando-se entre suas pernas...

Ele cobriu o dedo com o bálsamo e traçou um círculo ao redor de sua fenda. Acariciou-lhe o clítoris enquanto inseria o dedo, devagar. Ela estremeceu de puro prazer de ser penetrada. Ele moveu o dedo para dentro e para fora, ritmicamente.

Ginny estava se impelindo contra o dedo quando ele o afastou. Ela se sentiu vazia de repente, mas então ele esfregou o pênis suavemente em sua entrada. Sondou de leve e penetrou, só com um pouquinho.

Não houve nenhuma dor. Era maravilhoso, e ela quis mais. Ele ofegava e tremia, mas não se movia.

- É gostoso - disse ela, para incentivá-lo. - Mais fundo!

E ele fez o que ela lhe pedira, penetrando mais fundo enquanto seu polegar massageava-lhe o clítoris. Ele recuou e penetrou de novo, mais fundo, uma, duas vezes. Ela se moveu com ele. Dobrou os joelhos um pouco mais, mudando o ângulo, e sentiu-o preenchendo-a, acariciando-a em seu íntimo.

Por um instante, ele parou, e eles permaneceram unidos, Severus massageando-a lentamente para mantê-la no limiar.

- É tão bom estar dentro de você - murmurou ele, mordiscando-lhe o pescoço.

Severus impeliu-se novamente para dentro dela. Ginny envolveu-lhe os quadris com as pernas, abrindo-se ainda mais para ele. A força de suas estocadas aumentou em intensidade e rapidez, e ela se agarrou a ele. Ginny arqueava os quadris, acompanhando as estocadas dele com entusiasmo.

Ele segurou as mãos dela, entrelaçando os dedos aos seus, e mudou o ângulo do corpo de modo a aumentar-lhe ainda mais o prazer. Então, enquanto o mundo a seu redor se dissolvia em uma cascata de faíscas cintilantes, Ginny sentiu o cálido sêmen de Severus jorrando para dentro de si.

Levou algum tempo até que ela voltasse a si e se visse deitada sob ele, sentindo o seu calor e... um certo desconforto, devido ao peso dele. Enfim, ele se ergueu, lançou um feitiço de limpeza sobre ela, depois sobre si mesmo. Ele se deitou a seu lado e puxou as cobertas por sobre ambos.

Severus olhou bem dentro dos olhos dela, e Ginny percebeu que ele estava tentando ler sua mente. Já estava acostumada com isso. No princípio, ela se aborrecera, porque também prezava sua privacidade, mas se realmente ela não quisesse que ele lesse sua mente, era só fechar ou desviar os olhos. Surpreendentemente, aos poucos ela percebera que não poder mentir para seu companheiro a fazia sentir-se mais livre, segura e protegida.

- Deduzo, cara esposa, que o meu desempenho foi satisfatório - disse ele.

- Vamos dizer que não irei pedir a anulação do casamento. A não ser que você ronque mais alto do que um troll ferido.

Ele fez cara de ofendido.

- Eu não ronco. E se você roncar, vou lançar Silencio em você.

- Ah, não. Não vai.

- Vou, sim.

Ela não conseguiu conter o riso ao dizer:

- Você é mau, e eu vou contar tudo pra mamãe.

- Você sabe mesmo como me apavorar - disse ele.

- Passei no exame, então.

- Passou. Com E - respondeu ele.

Ela fez beicinho.

- Pensei que eu merecia um O!

- Não é boa política dar a nota máxima a uma aluna no primeiro exame. A aluna pode descansar sobre seus louros e não se esforçar por manter o padrão elevado.

Ela ia dizer que ele era insuportável, mas quando ele a fitou com um ar sonolento e saciado e passou um braço possessivo ao redor de sua cintura, ela apenas sorriu consigo mesma e aninhou-se junto a ele, pronta para dormir.

 

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Ptyx, Agosto 2006