Prólogo

 

A aula de Adivinhação chegara ao fim, e os alunos do sétimo ano estavam se retirando quando Lavender Brown e Parvati Patil viram a professora Trelawney se levantar, com o corpo oscilando e os olhos fora de órbita, e começar a dizer, em voz alta e em um tom grave, diferente do habitual:

- A relíquia milenar será roubada... Se o perpetrador do ato vil não for afastado, as trevas descerão por sobre o mundo inteiro.

A cabeça da professora pendeu para a frente. Parvati e Lavender se entreolharam. Então a professora grunhiu e ergueu a cabeça, parecendo atordoada.

- Algum problema, queridas? - perguntou ela.

- A senhora... Acho que a senhora profetizou outra vez - disse Lavender.

- Eu? Meninas, isto é muito sério. O que as levou a pensarem assim?

- A senhora falou com uma voz diferente. Disse... que uma relíquia será roubada - disse Parvati.

- É mesmo? E o que mais eu falei?

- Que se o perpetrador não for... - Lavender tentava se lembrar das palavras, mas elas lhe fugiam.

- Que se o perpetrador não for afastado, as trevas descerão sobre o mundo - completou Parvati.

- Isso parece um aviso muito grave, com efeito! - comentou a professora, pensativa. - Não é sempre que o Olho Interior se faz ouvir. Quando se faz, não devemos negligenciá-lo.

- Talvez a senhora devesse contar à Diretora? - sugeriu Lavender.

- Oh... A Diretora não dá muito crédito ao Olho Interior. Talvez se vocês mesmas relatassem a ela?

- Se a senhora prefere - respondeu Lavender, cordata.



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Ptyx, Março / 2007