Fantasia Gótica VII
- Fique comigo, Harry. Por favor. Não vá embora. Enterro minhas unhas em seu peito macio. Depois bebo seu sangue, lambendo-lhe as marcas deixadas por meus dentes. Ele chora. Alimento-me das lágrimas e sangue de sua juventude. Mantenho seus olhos vendados enquanto rasgo-lhe a carne palpitante. Depois de longas horas escutando-lhe os gritos sublimes, dou-lhe as costas e me afasto. Retorno em seguida, desamarro-lhe as mãos. Seus nervos e veias estão inchados. Restauro a vista a seus olhos cansados e, mais uma vez, começo a lamber-lhe as lágrimas e o sangue. Cavaleiro das armas escuras, - Harry, me perdoe. Cavaleiro quem és? o remorso? Será um delírio de minha razão doentia? Porque eu sofro tanto quanto minha vítima. Perdoe-me. Onde vais pelas trevas impuras, Eu queria entrelaçar minha vida à sua, para sempre; queria que fôssemos um só - minha boca colada à sua boca. Cavaleiro, quem és? - que mistério, Então você me rasgaria com os dentes e as unhas. Eu adornaria meu corpo com guirlandas perfumadas para o holocausto expiatório, e nós dois sofreríamos. Eu o rasgaria, e você me rasgaria, minha boca colada à sua boca. Oh, Harry, seus olhos tão doces, não vai fazer o que lhe digo? Quero que faça isso - assim você acalmaria a minha consciência. Uma voz ecoa, contudo, pelos salões... Sou o sonho de tua esperança.
Fim |
Ptyx, Dezembro de 2004
|