Fantasia Gótica IV

 

Você queria, e eu batia em você, acorrentava-o, chicoteava-o até o sangue tingir sua pele pálida.

Você chorava nos meus braços, e dizia que havia sido culpa sua, todas as pessoas que haviam morrido na guerra. Eu o confortava como podia. Você se acalmava, e adormecia.

A cada noite era pior. Você achava novos brinquedos de tortura, me forçava a ser cada vez mais violento. Dizia que é só assim que é que se sentia viver.

Quando você instalou uma mesa de evisceramento no meu quarto... Eu tentei. Juro que tentei. Mas quando vi os ganchos estirando a pele sobre o seu ventre, arrancando as entranhas para fora, não havia mais como resistir. Parei o mecanismo, soltei-o com cuidado, pronunciei um encanto para fechar-lhe o corpo, e tombei sobre você, aos prantos.

- Não, Harry. Eu não vou ser o seu carrasco. - Eu soluçava como uma criança, e você me abraçava, acariciava-me as costas e os cabelos, tentando me consolar. - Sei que prometi lhe dar tudo o que você julgasse necessário. Sei que você quer ser punido. Eu faria tudo para que você se sentisse melhor, mas... isso não.

- Achei que você fosse o parceiro ideal porque... porque você me odiava.

- Não, Harry. Eu nunca o odiei. Não me puna. Não me peça para ser o seu carrasco.

 

Fim

 

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Ptyx, Dezembro de 2004