Fantasia Gótica II

 

Um dia ele cortou o dedo em minha aula, e o sangue jorrou. Eu fiquei extremamente perturbado. Segurava-lhe o dedo para estancar-lhe o sangue, mas ao mesmo tempo não conseguia tirar os olhos dele, e... oh horror... creio que minhas narinas se dilataram e... a imagem é hedionda demais para que eu a suporte. Sei o quanto são repugnantes todas essas características externas de um vampiro, e sempre procurei manter o máximo de discrição.

Vi quando a compreensão o atingiu, e me surpreendi ao ver que ele não recuou. Furioso, ou tentando parecê-lo, enviei-o a Pomfrey imediatamente.

Imaginei-o contando a seus amigos, e suas risadas cruéis. Imaginei também mil vinganças em resposta às suas zombarias.

No entanto, nada disso aconteceu. E ele passou a me olhar de forma diferente. Fitava-me longamente, e não era só curiosidade que lhe animava os olhos. Havia algo mais, que eu não conseguia discernir. Algo... que me atraía para ele com uma força instintiva, animal. Exatamente o que eu jamais poderia me permitir.

Esta noite, no entanto, eu o encontro em um dos corredores escuros de Hogwarts. Ele se aproxima, descuidada e perigosamente, e eu não resisto.

Puxo-o para uma sala abandonada, e a tranco magicamente. Jogo-o por sobre uma longa mesa de madeira, e me deito sobre ele. Ele tem a ousadia de erguer o queixo, expondo-me a pele macia, a carne tenra de seu pescoço!

Sinto minhas presas se projetarem. Baixo a cabeça em um movimento brusco e cravo-as na pele que ele me expõe tão ansiosamente.

Ele se contorce e geme - a princípio de dor, eu sei, mas agora a dor se transforma em prazer, enquanto eu sacio a minha sede de séculos, mergulhando em seu sangue quente e borbulhante, refestelando-me. O prazer é tão intenso que meu membro se ergue, rígido, dilatado, pulsante. Harry o sente contra a coxa, e fica ele também no mesmo estado de tensão e excitação - ao menos é assim que eu entendo a forma como ele se agarra a mim, pressionando os quadris contra os meus.

- Eu quero ser seu - ele sussurra, e isso me atinge com a força de um Imperius. Arranco-lhe as roupas, livro-me das minhas próprias vestes e, pronunciando um encanto lubrificante, penetro-o em uma só estocada, enquanto cravo os dentes em seu peito, sugando-o novamente.

Ele goza dizendo meu nome... eu nunca o ouvira dizer meu nome antes! O prazer que sinto é o mais intenso de toda a minha vida. Não parece acabar nunca: tudo pulsa em mim, e meu espírito parece elevar-se aos céus.

Quando o mundo volta aos seus eixos, percebo, com horror, o que fiz, e enterro o rosto em minhas mãos.

Mas ele me desvela o rosto, e roça os lábios contra os meus.

- Severus, está tudo bem. Eu queria que você me transformasse. Quero ser seu, para sempre.

Sei que o que eu mereço são as torturas do Inferno, e não aquelas palavras, que, para alguém que jamais conheceu senão a ódio e a rejeição, soam doces demais. Mas sou fraco, e me entrego a essa inebriante ilusão. Mesmo sabendo das terríveis conseqüências para ele.

 

Fim

 

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Ptyx, Dezembro de 2004