Epílogo


 

O aniversário de Harry, um mês depois do confronto final com Voldemort, foi comemorado na cabana de Hagrid. Todos os amigos de Harry estavam presentes.

Hagrid estava radiante, ao lado de Olympe, contando a todos como Olympe fora maravilhosa e conseguira convencer as mulheres gigantes a obrigarem seus maridos a não irem à guerra.

- Foi u'a beleza. Eu num ia tê conseguido fazê nada si num fosse por ela. Ela é u'a muié muito esperta - Hagrid ficava repetindo.

Harry assentiu mais uma vez e virou-se para Ron, que o estava cutucando a seu lado.

- Caramba, Harry, você não larga essa cobra - reclamou Ron. - Além de se casar com Snape você vai virar Slytherin?

Harry havia conversado longamente com Ron e Hermione alguns das depois da batalha final, e contara-lhes tudo sobre ele e Severus. Eles, e em especial Ron, não haviam ficado exatamente radiantes de felicidade ao saberem que Severus e Harry iriam se casar, mas a amizade fora mais forte, e ali estavam todos eles outra vez, juntos.

- Ceci estava com muita saudade de mim e de Severus. Não foi fácil nos separarmos dela quando fomos para St Mellyan, mas Severus achou que ela ficaria melhor com Hagrid. Fazia quase dois meses que não a víamos, e daqui a uma semana Severus e eu vamos nos casar e viajar para o País de Gales em lua de mel. Por isso estou aproveitando para matar as saudades dela.

Ceci, agora com mais de três metros de comprimento, estava enrolada no pescoço de Harry e ficava lambendo-lhe o rosto carinhosamente a toda hora.

- Ela e Buckbeak se deram muito bem - contou Hagrid.

Em meio à alegre confusão que reinava, Harry avistou Severus pajeando Remus, e seguiu, abrindo caminho às cotoveladas, em direção aos dois. Remus ainda estava se recuperando dos ferimentos da luta contra Greyback. Eles haviam tido que tratá-lo em casa, pois o Ministério não podia saber que, por solidariedade a Louis Auger, ele não entregara Greyback às autoridades.

- Escute, você não vai mesmo me deixar em paz, vai, Severus? - reclamava Remus.

- Você está se esforçando muito, e seus ferimentos foram profundos.

- Depois você me dá mais uma poção.

Severus bufou, e Sirius chegou por trás dele e deu-lhe um beliscão no traseiro, fazendo-o quase dar um pulo para o lado.

- Sirius! - exclamou Harry, fingindo-se enciumado.

- Ôooo, Black, deixe de ser tarado - reclamou Severus.

Sirius fez beicinho.

- Pensei que já havíamos passado dessa fase de "Black".

- Vá arranjar alguma coisa útil para fazer, seu desocupado. A desculpa de que você estava morto já acabou. Todos já sabem que você está vivo, e o Ministério reconheceu que você era inocente. Portanto, você está plenamente reabilitado, e deveria pensar em contribuir para a sociedade.

- Eu já lhe disse, Severus: vou escrever a história de nossas aventuras.

- E isso é sério?

- Hmph. Espere só. Se continuar me tratando assim, eu vou retratar você como o canalha seboso que você é.

Severus passou um braço ao redor dos ombros de Harry, e Ceci se enrolou ao redor dos dois.

- Eu esperava me livrar desses seus amigos caninos quando voltássemos a Hogwarts, mas acabo de saber por McGonagall que ela resolveu contratar Lupin para dar aulas de Defesa Contra as Artes das Trevas.

Harry deu pulos.

- Oba! Er, você não queria o cargo, queria?

- Claro que não. O cargo é amaldiçoado.

- Mesmo? Oh, você está brincando.

- A maldição acabou, agora que Voldemort morreu. Albus me contou que ele amaldiçoou o cargo quando Albus não quis contratá-lo, muitos anos atrás.

- Certo... Puxa, é uma pena que você não vai poder me dar aulas de Poções.

Severus havia entregado a McGonagall seu pedido de demissão, porque Harry e Severus haviam resolvido se casar. Severus achava que conseguiria sobreviver vendendo poções para farmácias, ou abrindo uma farmácia própria. Mas a nova Diretora não aceitara. Depois de muitas conversas, haviam combinado que Severus continuaria dando aulas exceto para o sétimo ano, para não ser mais professor de Harry. Todos haviam ficado felizes com o arranjo. Harry e Severus se casariam em uma cerimônia simples em St Mellyan, na presença apenas de seus amigos mais próximos, mas sabiam que as pessoas iriam acusá-los de estarem juntos quando Harry ainda era menor de idade. Sabiam que não seria fácil, mas estavam dispostos a enfrentar as dificuldades - já estavam acostumados a isso.

- Você não sabe mentir. Sei muito bem que você sempre me odiou como professor.

- Agora seria diferente.

- Eu não o trataria de modo diferente. Assim será melhor. Poderemos separar trabalho e prazer. Falando em prazer... gostaria de dar um passeio lá fora? - sussurrou Severus ao ouvido de Harry. - Black, tome conta de Ceci.

Sirius fez uma careta para Severus, mas sorriu para Ceci e estendeu os braços para ela.

- Venha cá, Ceci. Vamos ver onde se meteu o Buckbeak.

Severus conduziu Harry pela porta dos fundos até o canteiro de abóboras. Era uma noite agradável de verão. Um vento fresco soprava, vindo da Floresta Proibida.

De repente, um unicórnio apareceu, bem no limiar da Floresta Proibida. Severus e Harry se aproximaram. O unicórnio não se afastou.

- Por que não monta nele, Severus? - perguntou Harry, sabendo que aquele era um antigo sonho de Severus.

O unicórnio se ajoelhou diante deles. Severus olhou para Harry, parecendo hesitante. Então tocou o dorso do animal com delicadeza e montou. O olhar de Severus cintilava. Harry montou atrás dele. O unicórnio entrou pela Floresta adentro, e seguiu até a mesma clareira onde Severus e Harry haviam-se beijado pela primeira vez. Quando o unicórnio parou, Severus apeou e ajudou Harry a descer.

- Foi aqui que tudo começou, você se lembra? - perguntou Harry.

- Você sabe que sim. Você faria tudo outra vez?

Harry fez que sim com a cabeça.

- Mas, da próxima vez, não apague a minha memória. Não vai adiantar, de qualquer modo. Eu posso ler a sua!

- Demoninho...

As sete estrelas da Ursa Maior brilhavam ao fundo quando Severus tomou Harry nos braços e o beijou. Mais uma vez, sua magia se fundiu em uma magnífica sinfonia de sons e cores.

 

~Fim~

Nova história, situada no mesmo universo: O Roubo da Relíquia

 

 

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Ptyx, Março/2006