Shibari
Harry estava voltando mais cedo para casa, com uma garrafa do vinho favorito de Severus. Ia fazer-lhe uma surpresa. Alguém havia ameaçado jogar uma bomba no Ministério e os funcionários haviam sido liberados duas horas mais cedo. Severus e Harry moravam juntos há cinco anos em um chalé perto de Hogsmeade. Harry trabalhava no Departamento de Mistérios e Severus como pesquisador de Poções independente. Tudo aconteceu muito rápido. Assim que Harry abriu a porta, foi agarrado por cordas com ganchos e tentáculos que lhe arrancaram as roupas, deslizando por seu corpo e formando nós. Quando Severus chegou para ver o que estava acontecendo, Harry já estava todo nu, amarrado, vendado e amordaçado. - Potter! Cinco anos morando juntos e Severus ainda o chamava de "Potter" quando ficava zangado. Harry também estava muito zangado, mas só pôde protestar quando Severus se aproximou e retirou-lhe a mordaça. - Que droga é isso aqui, Severus? - Ora, a minha proteção contra intrusos, é óbvio. Como eu ia adivinhar que você ia chegar mais cedo? Não espera que eu não tenha proteções, espera, Potter? - Severus, abaixado junto a ele, retirou-lhe a venda. - Afinal, há muitos pesquisadores rivais no Mundo Mágico e... - Severus! - Harry estava acostumado à paranóia de Severus, que havia, inclusive, instalado um filtro Anti-Aparatação no chalé, mas aquilo era demais. Era a gota d'água. Severus deu um sorriso irritantemente sádico, e observou Harry da cabeça aos pés. - Hmmm... Que pacote encantador. E uma garrafa de vinho, também... Ainda bem que não quebrou. Acho que devemos celebrar, não é? Harry fuzilou-o com os olhos, mas Severus não viu, pois já o pegara no colo e estava levando-o para o quarto. Harry se viu sendo depositado cuidadosamente sobre a cama. - Essa é uma técnica japonesa conhecida como Karada - explicou-lhe Severus. - Todo o seu corpo está preso, membro a membro, com essa corda de cânhamo. É como uma rede tecida ao redor do seu corpo, formando triângulos, losangos... - Sei. Caí na teia da tarântula, pelo visto. - Sei que você foi pego de surpresa, mas não é... agradável... a pressão das cordas e dos nós no seu corpo? E a sensação de estar à minha mercê? - Severus estava usando aquela voz que sempre fazia Harry se derreter. Não só isso, mas uma trama em forma de losango emoldurava o pênis e os testículos de Harry; o nó havia sido posicionado atrás dos testículos e se comprimia contra sua entradinha, excitando-o loucamente. Para piorar ainda mais a situação, as cordas faziam seus mamilos se projetarem, e Severus estava acariciando-os com os nós dos dedos, em um toque leve como pluma. Quando Severus começou a seguir o traçado das cordas com os dedos, Harry suspirou de contentamento. Os lábios de Severus se curvaram em um sorriso torto. - Isso... Deixe que eu cuido de você. Harry fechou os olhos e se entregou às carícias de Severus. A sensação das cordas cercando-lhe o corpo era como uma extensão das mãos de Severus. Harry se excitava pelo fato de estar amarrado e à disposição de Severus, e com a beleza erótica de perceber o quanto Severus apreciava saber que Harry era totalmente seu. Era impressionante que Severus conseguisse despertar nele aquela resposta, depois de todos aqueles anos. O mais leve toque nas cordas era o bastante para levar Harry ao êxtase, e quando Severus introduziu a mão entre suas pernas para esfregar aquele nó, Harry se contorceu em busca de mais contato e deixava escapar profundos gemidos a cada vez que as cordas lhe tolhiam os movimentos. - Gosta quando eu o toco assim? - perguntou Severus, pressionando o nó com mais firmeza. - Oh, sim... - Acha que posso...? - Por favor... - Tão impaciente... Eu nem disse o que quero fazer com você! - Faça o que quiser, Severus. Severus deu um grunhido e invocou o lubrificante. Com o coração acelerado, Harry sentiu os dedos hábeis espalhando o óleo por sobre seu pênis, com muito cuidado e eficiência. Então Severus se despiu em movimentos ágeis e sensuais, e montou sobre ele. Harry estremeceu quando Severus segurou-lhe o pênis, posicionando-o, e abaixou-se devagar por sobre ele. O prazer de estar dentro de Severus era indescritível. Severus foi descendo aos poucos até Harry estar todo dentro dele. O corpo de Harry pulsou de prazer. As cordas o seguravam no lugar, acariciando cada centímetro de pele e carne. Não havia como escapar; o corpo de Harry latejava e vibrava como um violino. Severus tocou-lhe os mamilos, e Harry arqueou-se todo, ofegante de prazer. Severus balançou os quadris, sorvendo o máximo possível de Harry para dentro de si a cada impulso, e continuou a brincar com as cordas, pressionando o nó contra a estreita fenda. Os movimentos de Severus se tornaram mais fortes e rápidos, e o corpo de Harry se retesou. - Oh, Severus - Harry gemeu, comprimindo-se ao máximo contra o amante enquanto seu corpo começava a pulsar incontrolavelmente. As últimas ondas do orgasmo ainda o percorriam quando Severus gozou, lançando seu sêmen sobre a barriga de Harry. Severus se deitou a seu lado e pronunciou um encanto de limpeza. Então ele puxou Harry contra si e o beijou com ternura. - Preparei o jantar. Você irá ficar como está enquanto jantamos: nu e amarrado - ordenou Severus. Harry arregalou os olhos de terror, porque aquelas cordas iriam deixá-lo insuportavelmente excitado. De repente, entendeu o que estava se passando. - Você... Você planejou isso tudo! Foi você que enviou o berrador ao Ministério! Severus olhou para ele, ofendido. - Sabe muito bem que não tenho tempo para travessuras desse tipo. - Fitou Harry intensamente. - Vamos jantar. Depois eu vou desembrulhar o meu presente devagar e com o máximo cuidado. Severus sorriu daquele jeito outra vez, e Harry soube que aquela iria ser uma longa noite.
FIM |
Ptyx, Junho/2005
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