O Novo Líder

 

No sétimo ano de Harry, com a morte de Dumbledore, McGonagall passara a Diretora de Hogwarts, e Harry fora alçado à posição de comandante da Ordem da Fênix.

Apesar de tudo o que aprendera nos últimos dois anos, ele não se sentia preparado para a tarefa.

E nada pior do ter pela frente Severus Snape em um momento como aquele.

Os dois estavam sentados na cozinha da mansão de Grimmauld Place.

- Snape, eu vou ser absolutamente sincero com você. Não gosto dos seus métodos. Não confio em você.

Snape empalideceu, cerrou os punhos e levantou-se, parecendo crescer diante de Harry.

- Sempre segui estritamente as ordens de Albus Dumbledore - declarou, por entre os dentes.

- Talvez - disse Harry, erguendo-se também, para enfrentá-lo. - De qualquer forma, não concordo com as funções que ele lhe atribuía. Não quero ver nenhum membro da Ordem participando de ataques dos Death Eaters, matando indiscriminadamente, torturando pessoas.

Snape estava cada vez mais branco.

- Isto é uma guerra, sr. Potter. Com toda a sua arrogância, o senhor não vê que há coisas que precisam ser feitas e que nem sempre são agradáveis ao seu paladar.

- Eu nunca fui arrogante, Snape. Você insiste em me confundir com meu pai. Não sou meu pai. Sei que você e ele se odiavam, e também não concordo com a forma como vi ele e seus amigos o tratarem na penseira. Mas tenho certeza de que você não era uma vítima passiva o tempo todo, e que também fazia das suas. - Vendo Snape fazer um gesto de protesto, Harry ergueu a mão para contê-lo. - De qualquer forma, isso são águas passadas. O que importa é que não gosto dos seus métodos, e não vejo nenhuma utilidade para você na Ordem. Você está dispensado de seus serviços.

Ver a expressão de Severus Snape naquele momento foi como assistir ao lento esfacelar de um sólido rochedo. No entanto, em vez de cair, Severus Snape sacou de sua varinha, voltou-a para si mesmo e disse:

- Avada...

Rápido como um raio, com seus reflexos adquiridos em muitos treinos, Harry também sacou de sua varinha e gritou, quase ao mesmo tempo:

- Expeliarmus!

E Severus Snape tombou ao chão, atordoado, mas vivo, e ainda consciente.

Harry se ajoelhou diante de Snape, que escondeu o rosto entre as mãos.

- Oh, Merlin. O que foi que eu fiz? - disse Harry.

Então sua expressão adquiriu um ar determinado. Levantou-se e ajudou Snape a levantar-se. Apontou a varinha para Snape:

- Obliviate.

Um segundo depois, Snape o fitava com ar vago, confuso.

- O quê...

- Sente-se Snape. Professor Snape.

Ainda com ar desnorteado, Snape obedeceu, sentando-se à comprida mesa de carvalho.

As mãos de Harry estavam trêmulas.

- Eu... er... Você tem razão, eu sou um idiota. Não sei por que acharam que eu poderia ser líder.

- Porque você é o mago mais bem preparado e mais poderoso com que contamos em nossas fileiras - declarou Snape, como se dissesse algo óbvio.

- Mas isso não me torna um líder.

- Você vai aprender - disse Snape, no mesmo tom de naturalidade.

Harry sorriu. Então uma idéia engraçada lhe ocorreu.

- Você... Er... Sabe onde Dumbledore guardava o chá?

Snape se levantou e contornou a mesa até um armário em cima da pia. Abriu o armário e retirou uma lata de Earl Grey, estendendo-a a Harry. Então retirou uma outra lata de dentro do armário e a estendeu a Harry.

- Vai precisar também desta aqui, sr. Potter.

Harry abriu a lata e sorriu.

- Quer um drops de limão, Severus?

 

~*~FIM~*~

 

Fanfiction (Índice das Histórias)
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Ptyx, Junho/2004