Não Deixe Que Acabe

 

- O que está fazendo, Potter?

- Er... Eu coloquei os espinhos de porco-espinho na poção, senhor.

- Mas, sr. Potter, isso está absolutamente correto! E estou vendo que não há nada de errado com a sua poção! O que está aprontando dessa vez?

- Er, eu não sei, senhor. Estou me sentindo estranho.

- Oh... entendo... Venha comigo.

Arrastando o aluno pelo braço, Snape saiu da classe em passos apressados, sob o olhar atônito dos outros alunos. Entrou por uma porta nas masmorras, fechou-a e comprimiu Harry contra a parede.

- Desculpe, sr. Potter, mas acho que terei de beijá-lo.

- Oh!

E Snape capturou os lábios de Harry em um beijo tórrido, apaixonado. O garoto gemeu e abriu a boca, enlaçando a cintura do professor com os braços. O mais estranho de tudo era que Harry estava gostando muito daquilo. Quando Snape interrompeu o beijo, Harry sentiu um profundo vazio dentro de si.

- O que... o que está acontecendo, professor? Eu nunca...

- Eu sei, Potter. É como eu suspeitava: nós fomos enfeitiçados por um ou uma slasher.

- Slasher?- perguntou Harry, pressionando os quadris contra os do professor, ávido por mais contato.

Snape arquejou e, enterrando o rosto sob o queixo do garoto, murmurou-lhe ao ouvido:

- Acontece, às vezes. É imprevisível. E há todos os tipos de slashers. Só espero que esse não goste de non-con ou de fics de estupro.

- O que é non-con?

- Se um slasher non-con enfeitiçar você, você é forçado a fazer sexo não-consensual, ou mesmo a estuprar o seu parceiro.

- Oh... Eu acho que não é um desses, porque... eu quero que o senhor... sabe como é...

- Não precisa ter vergonha, Potter. Você não é você mesmo agora, tanto quanto eu não sou eu mesmo. Venha, vamos para o meu quarto.

Só então Harry notou que eles estavam nos aposentos particulares de Snape. O professor segurou-lhe a mão com delicadeza e o levou da sala de estar até o austero quarto, onde havia apenas uma cama, uma mesinha de cabeceira e um guarda-roupa. Nenhum espelho.

Sempre segurando a mão do mago mais jovem, Snape o puxou para si e o beijou, desta vez mais intensamente, explorando-lhe até os cantos mais recônditos da boca de Harry com sua língua . Logo eles estavam deitados na cama, trocando beijos, carícias e despindo um ao outro, ansiando pelo contato direto de pele contra pele.

- Escute - disse Snape, em voz rouca de desejo -, eu não sei se essa é uma história de "primeira vez"...

- Er, se está me perguntando se eu já fiz isso antes, a resposta é "não".

- Maldição. Espero que esse ou essa slasher me deixe preparar você de modo conveniente. Isto é, se é que eu vou ficar "por cima".

- Já fez isso antes?

- Não com um garoto. Nem mesmo com um homem.

- Então você também não é gay. É tão estranho. - Harry acariciou os cabelos oleosos de Snape. - Eu quero tanto... E não quero que isso termine. O que acha que vai acontecer?

- Depende do ou da slasher. Alguns deles gostam de acabar com um beijo. Mas nós já passamos desse estágio minutos atrás... - Enquanto falava, Snape dera um jeito de abrir a gaveta da mesinha de cabeceira e retirar um frasco de lubrificante. - Outros slashers continuam até que suas vítimas façam sexo, então interrompem o feitiço. Mas há outros que ficam atormentando suas vítimas o tempo todo, com continuações ou até mesmo "séries".

Snape espalhou bastante lubrificante pelos dedos.

- Pelo menos temos lubrificante, Harry.

- Eu gosto quando me chama pelo primeiro nome.

- Harry - repetiu Snape, desta vez em um tom terno, introduzindo um dedo na entrada do garoto.

- Oh, Severus, é tão bom!

- Vai ficar ainda melhor. Relaxe. Agora vou inseriu um segundo dedo.

Os dedos de Severus criavam sensações mágicas dentro de Harry.

- Tão bom, Severus. Eu quero mais.

Severus removeu os dedos e colocou as pernas de Harry sobre seus ombros. O membro de Severus penetrou-o com suavidade. Era tão maravilhoso, tão perfeito. Como Severus podia ser possessivo e ao mesmo tempo tão terno? Severus imprimia um ritmo lento, firme, o movimento de seus quadris impulsionando Harry para frente e para trás. Harry fechou os olhos, totalmente concentrado nas sensações que fluíam de um para o outro.

Parecia que iria durar para sempre: o pênis de Severus invadindo-o e recuando, lançando espasmos de prazer por todo o seu corpo.

Eles gozaram juntos em incomparável êxtase.

Quando os espasmos se aquietaram, Harry tomou o rosto de Snape entre suas mãos.

- Eu não quero que isso acabe. Não quero que você volte a me odiar!

- Sinto muito, Harry, mas agora nós não somos quem somos realmente. Isto é uma ilusão. Quando terminar... e eu acho que o fim está próximo... voltaremos a ser como éramos. Você irá me achar feio e perverso, e eu irei odiá-lo por ser um garoto desobediente e irresponsável.

- Não há nada que a gente possa fazer para mudar isso?

- Creio que não, Harry. Não creio que esta história vá ter uma continuação. A única forma de ficarmos juntos outra vez é se outro slasher nos enfeitiçar de novo. Harry, me beije mais uma vez, antes que chegue o

Fim.

 

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Ptyx, Outubro/2004