Perfeição

 

 

As masmorras pareciam mais frias do que nunca, mas a expectativa aquecia a alma de Severus. Logo ele chegaria. Ele, o único que sabia exatamente o que dizer, quando. O único que sabia tocá-lo exatamente como ele gostava. O único que sabia fazê-lo sentir-se desejado.

Esvaziou o copo de Firewhisky e o largou sobre a mesa de cabeceira. As mãos um pouco trêmulas, tirou a roupa e entrou embaixo das cobertas. Era assim que gostava de esperar por ele.

Embora estivesse apenas esperando sua chegada, ainda assim surpreendeu-se ao vê-lo, e seu coração bateu mais forte.

Snape estava em seu roupão verde, os cabelos ainda molhados. Não eram sebosos. Não assim, ainda molhados, cheirando ao xampu de ervas que o próprio Severus preparava, com a mistura certa e adequada.

- Severus - disse Snape, a voz rouca de desejo, o roupão deslizando pelos ombros, expondo seu corpo esguio, a pele em tons amarelados e o pênis magnífico. Não era feio nem bonito: era ele, exatamente o que Severus queria. Snape afastou as cobertas e deitou-se sobre Severus.

Severus fechou os olhos para ouvi-lo dizer, naquela voz grave que o fazia estremecer de prazer:

- Esperando por mim, Severus? Tão ansioso...

E ele o beijou exatamente como Severus gostava de ser beijado, provocando-o, mordendo-lhe o lábio inferior, pressionando os lábios sedosos contra os seus, insinuando a língua por entre eles e entrelaçando-a à sua. Seus corpos se colavam em toda a extensão, pele contra pele, ajustando-se com perfeição. Severus deu um gemido abafado. Ele era tão perfeito que Severus precisou invocar todo o seu controle para não se derreter de imediato embaixo dele.

Quando aquela boca perversa desceu-lhe ao pescoço, lambendo-lhe a pele delicada da curva, Severus suspirou. Não conseguiu conter um gemido quando aqueles lábios úmidos e quentes cobriram-lhe um mamilo, língua e dentes passando em movimentos rápidos, alternados com sopros de ar frio.

- Meu Severus. Minha puta - disse aquela voz gutural e sedosa ao mesmo tempo, e Severus arqueou o corpo para roçar pênis contra pênis. - Oh! - Snape o afastou de si com firmeza. - Tão impaciente!

Snape introduziu uma perna entre as suas e parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo, rígido, quente, úmido, distribuindo mordidas e beijos por todo o seu corpo, centímetro a centímetro, como se tivesse todo o tempo do mundo.

- Você é a puta mais sem-vergonha e gostosa com quem eu já transei - Snape sussurrava, mordendo-lhe o lóbulo da orelha e roçando os quadris contra ele. - Aí está você, se derretendo ao meu toque, louco para me sentir dentro de você, ávido para que eu o faça gozar.

Snape sempre o provocava, mas era isso mesmo o que Severus queria: no auge de suas carícias, a raiva sempre se dissolvia em puro desejo.

- Você bem sabe que sou o que você quiser - respondeu Severus. - Agora me chupe!

- Hoje você está muito autoritário. - Snape desceu traçando uma trilha de fogo pelo corpo de Severus, até cerrar os lábios em torno de seu pênis e descer lentamente até a base, até que a pontinha tocasse o fundo da garganta. As mãos de Snape seguraram-lhe os quadris com firmeza, as unhas cravando-se em sua carne.

O mundo pareceu sair fora dos eixos, e Severus se agarrou ao colchão com todas as suas forças. A língua de Snape contornava-lhe o pênis e se comprimia contra ele. Severus estava a ponto de gozar quando Snape ergueu a cabeça.

- Ainda não. Você só vai gozar quando eu quiser.

Severus achou que fosse perder os sentidos.

- Dentro de mim... por favor - murmurou Severus, quase suplicando.

Então Snape passou-lhe as pernas por sobre os ombros, e invocou um frasco de lubrificante. Cobriu o pênis com o óleo. Um estremecimento percorreu o corpo de Severus quando Snape impulsionou-se para dentro.

- Oh, tão bom - exclamou Severus, abrindo-se todo para ele, acolhendo-o dentro de si.

Snape deslizou a palma por sobre seu estômago e tomou-lhe o pênis nas mãos, fazendo-o pulsar. Severus gemeu alto de prazer. Snape agora imprimia um ritmo mais forte, pressionando-o contra o colchão, massacrando-o, enquanto o polegar deslizava pela veia mais sensível do pênis de Severus, que clamava pelo gozo. Tudo o que Severus podia fazer era ir ao seu encontro, e seu corpo se projetava para cima quase que por vontade própria.

Snape entrou mais fundo, movendo os quadris sinuosamente até atingir a próstata de Severus, e Severus não conseguia mais controlar os movimentos e os sons que escapavam de sua garganta.

- Goze para mim agora, Severus - disse Snape em sua voz mais rouca e grave. Com um sorriso malicioso, Snape apertou polegar contra a ponta do pênis de Severus. Severus sentiu seu corpo estilhaçar-se em mil pedaços.

Snape o segurou contra si durante as últimas ondas de seu orgasmo. Depois, todo dentro de Severus, impulsionou-se freneticamente contra ele murmurando palavras desconexas, até gozar, cravando seus dentes no pescoço de Severus.

- Severus. Ah...

Severus o abraçou com ternura, acariciando-lhe os cabelos ainda úmidos.

- Eu te amo. Passe a noite comigo. Quero sentir seu corpo junto ao meu durante a noite.

- Você está virando um incorrigível romântico, Severus.

E Snape ficou, pelo menos enquanto Severus ainda estava acordado. Era tão bom estar com ele! De manhã, Severus acordou sozinho na cama e sorriu. Pegou o seu Vira-Tempo, que Dumbledore lhe havia dado para ajudá-lo em suas atividades de espião, e foi para o banho, antegozando o prazer de outra maravilhosa trepada. Dessa vez ele iria estar por cima.


FIM


Ptyx, Junho/ 2005

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