O que realmente importa Severus estava em um vale, envolto em neblina. Ele seguiu um rio flanqueado por salgueiros — nenhum cristal poderia ser mais límpido do que suas águas. De repente, como num passe de mágica, todo o vale se iluminou, e tudo o que havia ali se tornou visível. Uma figura familiar caminhava em sua direção. — Albus... — Fico feliz em vê-lo, Severus. A neblina de dissipou, e o sol tingiu as nuvens de dourado. O verde fulgurante da grama do vale era encantador. Severus sacudiu a cabeça, confuso. Eles permaneceram em silêncio por algum tempo. Severus se perdeu em seus pensamentos, e toda a sua vida lhe surgiu sob uma nova luz. — É estranho como a gente se apega a... obsessões. E nem percebe que, na verdade, não é mais aquilo o que realmente importa. Dumbledore fez um gesto de cabeça, concordando. — É verdade. O mesmo aconteceu comigo. — Então, no fim, o que importava era o que se passava... entre você e eu? — Talvez, no fim de tudo, seja algo entre você e você mesmo, Severus. — Ah, sim. Talvez no fim das contas seja isso mesmo. Mas, agora, aqui, é entre você e eu. — Bem, é. Creio que sim. Senão não estaríamos aqui, frente a frente. – Um requintado arco os emoldurava, suas colunas decoradas com hera. Dumbledore fitou Severus gravemente. – Eu sinto muito por tudo o que aconteceu. Você entende que eu precisava fazer o que fiz? Severus fez uma cara de impaciência. — Ah, isso já não importa mais. Aqui. — Então o que é que importa, Severus? — Não sei. Ainda não estou acostumado com... – Severus fez um gesto vago indicando o que os cercava – isso. — Paz, tranqüilidade? Severus deu de ombros. — Chame como quiser. — Logo se torna bastante enfadonho. — Por que continua aqui, então? Dumbledore deu um sorriso triste. — Estava esperando por você. — Ah. Bem, eu estou aqui. E agora? — Você me acompanharia num chá? |
Ptyx, Janeiro/ 2009
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