Os dois estavam sozinhos na Sala dos Professores. No dia anterior, Minerva havia retornado de St Mungo, recuperada dos quatro feitiços estuporantes lançados sobre ela quando fora tentar impedir que Hagrid fosse despedido de Hogwarts.

Minerva estava sentada à cabeceira da longa mesa, passando os olhos pela correspondência do dia; Severus andando pela sala, de um lado para o outro.

- Minerva...

- O que é, Severus?

Severus puxou uma cadeira do lado esquerdo de Minerva e sentou-se bruscamente.

- Minerva, isso não pode continuar assim. Você... não devia ter ido lá sozinha. Devia ter avisado a Ordem. Quatro feitiços estuporantes, Minerva! Cheguei a temer que...

Minerva sorriu, corando um pouco.

- Você ficou preocupado comigo.

- Vocês, malditos Gryffindors... Vocês acham que podem tudo, e se expõem absurdamente. Nós, que raciocinamos, só podemos nos preocupar, porque vocês não nos dão outra alternativa. E depois vocês viram os heróis.

Minerva empinou o nariz.

- Escute aqui, Severus Snape, o fato de você ter ficado preocupado comigo não lhe dá o direito de me fazer um sermão. Eu nunca me meti nas suas loucuras. Não me diga que é porque você é racional que você faz o que faz para a Ordem.

- É óbvio que é. Porque eu sou o único que pode cumprir esse papel. Isso é absolutamente racional.

Minerva colocou a mão sobre a de Severus, cerrada firmemente sobre a mesa.

- Eu também me preocupo com você, Severus.

Em silêncio, Severus tomou a mão de Minerva entre ambas as mãos e apertou-a de leve.