Cada Vez Melhor

 

Snape acordou com a ereção de Harry cutucando-lhe as nádegas. Virou-se para o amante o mais devagar que conseguiu.

- O quê...

- Bom dia, Severus! - disse Harry, com um sorriso sonolento, enroscando-se todo no mago mais velho e puxando-lhe os quadris contra si.

Snape não esperava ser assaltado já logo de manhã, quando nem conseguia reagir. Mas a mão de Harry em seus quadris fez com que a dor que ainda sentia, produto da transa do dia anterior, se acentuasse, e o fizesse gemer.

- Oh - exclamou Harry. - Você ainda está sentindo dores. Desculpe, Severus. Mas você também teve culpa, porque não me deixou fazer uma preparação decente. Hoje... vamos ter de fazer de outro jeito.

- Fazer o quê, Harry?

- Amor, seu tolinho.

- De novo? A esta hora?

- Nada melhor do que fazer amor de manhã. Desta vez, Severus, você vai ter de ficar por cima.

- Ahn? Como assim? Ah não. Eu não. Isso já foi longe demais, sr. Potter.

- Eu ensino você. Não se preocupe.

Snape suspirou. Já conhecia a teimosia de Harry, e sabia que teria de se submeter a mais aquele de seus caprichos. Snape tinha medo de machucá-lo. Lembrava-se muito bem das dores do dia anterior, e não queria que Harry sentisse o mesmo. Não porque ele fosse bondoso e gentil, mas... porque tinha medo de perder o amante. Preparou-se, então, para tentar dar o melhor de si.

- Primeiro, eu preciso descobrir o que é que deixa você excitado - disse Harry, mordendo-lhe o lóbulo da orelha.

- Isso... Ah... Isso é bobagem - replicou Snape, tentando manter a compostura, mas começando a derreter.

Harry desceu ao pescoço, alternando lambidas e mordidas. Severus mergulhou as mãos em seus cabelos. Quando Harry, chegando ao tórax, encontrou um mamilo, Snape deixou escapar um gemido de prazer, e seu pênis revelou sinais claros de entusiasmo. Com mais algumas mordidas e chupadas naquela região, Snape já se revelava impaciente e querendo mais.

- Acho que você já está no ponto - disse Harry.

Um tanto contrariado, não só por se ver alvo das observações de Harry como se fosse um espécime de laboratório como porque Harry agora se afastara para fazer alguma coisa, Snape resmungou algo consigo mesmo. Era uma posição bastante embaraçosa depender do parceiro daquele jeito.

Harry pegou o lubrificante que eles haviam deixado sobre a mesinha de cabeceira, e depositou-o em suas mãos. Snape olhou para ele com cara de quem não sabe o que fazer.

- Abra e passe bastante disso nos dedos da sua mão direita. Principalmente no indicador e no do meio. Dois dedos em geral bastam para mim.

Snape obedeceu. Harry afastou as cobertas e ficou de quatro diante dele. Que posição engraçada. E, ainda assim... Harry era tão bonito.

- Agora passe bastante lubrificante na parte externa da minha abertura.

Um tanto trêmulo, Snape separou-lhe as nádegas, e tocou suavemente a região do períneo. Foi o bastante para fazer Harry gemer baixinho. Então começou a espalhar o lubrificante, massageando a estreita fenda de Harry em movimentos circulares.

- Isso, Severus. Agora enfie o indicador, devagarinho.

Por Merlin, como Harry era apertado, e quente. E ele não parecia estar sentindo dor. Snape começou a fazer um movimento rítmico para cima e para baixo. Harry arquejou.

- Muito bom. Pode dobrar um pouco o dedo, devagar. Oh! - Harry se contorceu todo.

Snape gelou e ficou paralisado.

- Doeu?

- Não, seu bobo. Você tocou na minha próstata, e me fez ver estrelas.

Snape repetiu o movimento.

- Aqui?

- Aaaaaaah! É, mas não faça isso de novo, senão eu gozo agora mesmo!

Snape deu um sorriso satisfeito.

- Pode enfiar o outro dedo - ordenou Harry.

Cheio de cuidado, Snape fez o que Harry lhe pedira. Logo, seus dois dedos estavam plenamente à vontade no calor aconchegante de Harry. Só para ver o que acontecia, Snape procurou novamente aquela saliência que Harry dizia que o fazia ver estrelas.

Harry arqueou os quadris violentamente.

- Sev-er-us! Isso foi um golpe baixo. Agora chega de preparação, vamos ao que interessa.

Snape retirou os dedos, e voltou a ficar preocupado. Seu pênis estava ereto e inflado, e a entrada de Harry era tão apertada!

- Vamos, Severus, eu quero você dentro de mim.

Essas palavras exerceram um efeito mágico sobre Severus mais poderoso do que um Imperius. Ele passou lubrificante sobre o membro ereto, posicionou-se atrás de Harry, separou-lhe as nádegas e testou a entrada, enfiando só um pouquinho e retirando em seguida.

- Por favor, Severus... entre logo.

Mais uma vez, Snape obedeceu. De um impulso, mergulhou no calor de seu amante. Não estava preparado, contudo, para aquela sensação enlouquecedora. Agarrou-se com tudo aos quadris de Harry e contou até onde conseguiu, antes que Harry desse um impulso em sua direção, levando-o à loucura.

Era mais forte do que ele, e o forçava a imprimir um ritmo cada vez mais forte, frenético. E a visão do corpo de Harry arqueando-se sob si intensificava tudo ainda mais.

De repente, ele percebeu que iria perder o controle. Seu membro começou a pulsar, e ele foi tragado por uma onda irresistível de sensações pulsantes que se intensificava cada vez mais, até seu sêmen jorrar incontrolavelmente.

- Harry...

Quando aquele vórtice de sensações se acalmou, ele ergueu a cabeça que havia apoiado ao pescoço de Harry, onde deixara a marca de seus dentes, e avaliou a situação.

Maldição. Ele gozara, e Harry não.

Ainda abraçado às costas de Harry, murmurou.

- Harry, me desculpe.

Harry se virou e o puxou para junto de si, deitando-o a seu lado.

- Não tem importância. Você gostou, não foi?

- Mas você...

- A gente dá um jeito.

Harry aproximou os lábios dos dele e o beijou. Severus estava começando a gostar daquilo, aqueles lábios macios colados aos seus, aquele gosto doce na boca de Harry.

Ainda em meio ao beijo, Snape se lembrou do dia anterior, e teve uma idéia. Descolou os lábios de Harry e sentou-se ao lado de seu corpo. Com delicadeza, cobriu-lhe o membro com a mão.

- Oh, Severus...

Então Snape segurou-lhe a base do pênis e aproximou a boca da ponta. Tentando não pensar no que estava para fazer, apenas se lembrando de como fora bom quando Harry fizera aquilo nele, Snape inalou o cheiro almiscarado do garoto e lambeu-o em toda a extensão. Quando levantou a cabeça para ver a reação de Harry, viu que ele se agarrara ao colchão com todas as forças. Snape sorriu e lambeu-lhe apenas a pontinha, serpenteando a língua de um lado para o outro. Por fim, abriu bem a boca e, aplicando uma leve pressão com os lábios, desceu pelo membro até a raiz. Desta vez, Harry arqueou os quadris com tudo. Snape segurou-o com firmeza e começou a chupá-lo ritmicamente, como Harry havia feito com ele. Logo, Harry lançava seu líquido cálido em sua boca. Snape tentou engolir, mas não conseguiu - o sabor era bastante enjoativo. Limitou-se, então, a segurar o pênis ainda pulsante de Harry em sua mão.

Depois se deitou ao lado de Harry e o beijou. Só então se lembrou que sua boca devia estar com o gosto do sêmen de Harry.

- Desculpe, eu não devia ter beijado você... E... eu não... Maldição, eu fiz tudo errado, não foi?

Harry o fitou com um ar surpreso.

- Você foi maravilhoso, Severus. Não se preocupe. Você foi melhor do que a maioria dos meus outros amantes.

- Ou você está mentindo para não ferir os meus sentimentos, o que seria uma tolice, ou você teve muito azar na escolha dos amantes.

Harry suspirou.

- Prefiro nem falar nisso... Mas veja, Severus, não existe sexo perfeito, a não ser nos romances. O que importa é a gente sentir que o parceiro também pensa na gente. E, nesse ponto, eu não tenho do que me queixar com você.

Snape acariciou-lhe os cabelos. Nos próximos dias, ele ia ler manuais de sexo, mágicos ou Muggles, ler o Kama Sutra, estudar sexo tântrico, ir a lojas de brinquedos eróticos em Hogsmeade, criar uma poção lubrificante... Lembrou de uma poção afrodisíaca, e de uma outra que prolongava o prazer... Ia mostrar a Harry que sexo podia, sim, ser perfeito. Mas, de qualquer jeito, era muito bom saber que Harry gostava dele mesmo assim, desajeitado e inexperiente.

 

Fim

 

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Ptyx, Novembro/2004