Mysterium Coniunctionis

 

Finalmente, Harry se formara, e estava passando as férias na "Mansão Snape". Era uma tarde quente de verão, e eles conversavam na varanda, sentados no sofá de balanço.

- Harry, eu quero que você fique com o quarto onde agora é meu escritório. Vou transferir minhas coisas para o laboratório, e nós podemos comprar móveis novos para você.

- Mas por quê, eu não quero dormir em outro quarto!

- Não é isso. Podemos continuar dormindo juntos. É para você ter um espaço só seu.

Harry aproximou os lábios dos de Severus e deu-lhe um beijo terno.

- Obrigado. Eu nunca tive um quarto só meu. Quer dizer, nos Dursleys eu tive, mas eles não respeitavam minha privacidade.

- Se você vai mesmo virar jogador profissional de Quadribol... Você vai mesmo virar jogador de Quadribol?

- Vou. O Torneio Tri-Escolas de Quadribol me fez decidir. Jogando ao lado de Montague e com o time fantástico que montamos, eu vi que nada me dá tanto prazer quanto o Quadribol.

- Nada? - perguntou Severus, erguendo uma sobrancelha.

- Er. Não foi isso que eu quis dizer, e você sabe disso.

Harry apoiou as duas mãos sobre o tórax de Severus e começou a massageá-lo sensualmente, concentrando-se na região dos mamilos.

- Eu sei? - perguntou Severus. - Então me diga o que é que lhe dá mais prazer do que jogar Quadribol.

- Hm, na verdade, muitas coisas.

- Diga uma - insistiu Severus, com um brilho ígneo nos olhos.

- Fazer você se contorcer e gemer de prazer - disse Harry, fazendo Severus se deitar no sofá com uma leve pressão das mãos e tirando-lhe as vestes.

Com um sorriso satânico, Harry transfigurou as vestes de Severus em uma corda e amarrou-a ao redor de seus pulsos, prendendo-os ao braço do sofá de balanço.

- Harry Potter... - sibilou Severus, estreitando os olhos, mas não tentando escapar.

Harry tirou seus óculos e, ajoelhando-se ao lado do balanço, inclinou-se para beijar Severus. A ponta de seus dedos desceu do pescoço ao peito, encontrando um mamilo. Severus gemeu. Harry desceu os lábios até o pescoço. Severus expôs-lhe o lado direito do pescoço, como que em súplica silenciosa por mais. Harry atendeu de boa vontade, enchendo-o de pequenas mordidas, seguidas por lambidas e beijos, ao mesmo tempo em que os dedos apertavam o mamilo já completamente enrijescido.

Que gostoso era ter Severus sob seu completo domínio. Não porque Harry gostasse de jogos de poder, mas porque era fantástico ver como Severus confiava nele, se entregava totalmente.

- Menino impertinente. Se minhas mãos estivessem soltas, eu iria enfiá-las agora por baixo de seu manto, até o meio de suas pernas. Eu iria roçá-las em suas coxas e, devagarinho, mergulhá-las em seus pêlos, depois esfregá-las ali, na sua pele mais macia, e fazê-lo ficar durinho. Iria tomar os seus testículos entre as mãos e apertá-los...

Maldito Slytherin! Harry devia ter imaginado que Severus não iria se contentar em ficar ali, passivo. Não agüentando mais, Harry gemeu e ergueu a cabeça.

- Você vai me deixar louco, desse jeito!

- Essa é a idéia. Eu ia apertar você com força, mostrar para você que você é meu, inteirinho meu. Eu iria passar o polegar sobre a ponta do seu pênis e... oh!

Severus arquejou. Em um gesto desesperado, Harry descera até o ventre de Severus e roçava agora o nariz em seus pêlos púbicos. Severus ergueu os joelhos, separando-os. Harry ajustou sua posição, e beijou-lhe o interior da coxa, a língua serpenteando sobre a pele tenra.

Então Harry ergueu-lhe as pernas, afastou os testículos com delicadeza e tocou a língua na sensível região do períneo.

- Oh, Harry...

Harry sorriu. Estava apenas provocando-o com a ponta da língua, circulando-lhe a entrada, lubrificando-a com saliva. Abriu ainda mais as nádegas de Severus e enfiou a língua lá dentro.

- Aaaaah - Severus grunhiu e se remexeu todo, pondo o sofá de balanço em movimento.

Firmando o sofá com o corpo, Harry segurou as pernas de Severus abertas e presas. Harry penetrava-o com a língua e, lá dentro, dava lentos giros, comprimindo cada parede daquela fenda aconchegante. Às vezes também sugava, e voltava ao anel externo para dar suaves mordidas, mais com os lábios do que realmente com os dentes. Severus arqueava os quadris, louco de tesão.

Em seguida, mantendo a língua o mais rígida possível, Harry penetrou mais fundo, tocando os terminais nervosos mais sensíveis da parede ao redor. Severus se contorceu loucamente e gritou. Harry tomou-lhe o pênis nas mãos só para sentir o líquido cálido jorrar, incontrolável.

Depois, enfim, soltou as mãos de Severus que, de imediato, cerraram-se em torno de seus pulsos. Severus sentou-se, puxou-o para seu colo e arrancou-lhe as vestes, deixando-o tão nu quanto ele próprio.

- Pirralho insolente. Não posso mais tirar pontos da sua Casa, mas posso castigá-lo de outras formas - Severus sussurrou-lhe ao ouvido, lambendo-lhe, em seguida, a orelha, e mordendo-lhe o lóbulo. Depois de ajeitar Harry em seu colo, meio de lado para ter pleno acesso ao corpo do amante, Severus levou uma das mãos ao mamilo, segurando-o impiedosamente entre o polegar e o indicador, rolando-o, apertando-o, esfregando-o. A outra mão desceu ao pênis de Harry e cerrou-se em torno dele. - E agora, o que é que a gente faz com isso?

Harry preparou-se para a esperada vingança de Severus. Sabia que iria adorar.

- Ah... Aquilo que você estava dizendo que ia fazer?

- Colocar o meu polegar aqui, bem na pontinha? Ah, você é tão macio, Harry. Tão sedoso - disse Severus, em voz rouca e grave. Então Severus o segurou pela base e começou a bombeá-lo devagar. - Está bom assim?

- Mais forte, Severus.

- Calma, Harry. Accio lubrificante.

O frasco veio parar às mãos de Severus, que, para desespero de Harry, teve de largar-lhe o membro. Severus abriu a tampa e esfregou uma boa porção em seu dedos de ambas as mãos. Então fechou novamente o frasco e o depositou ao chão, sob o sofá, junto aos óculos de Harry.

Severus voltou a se dedicar ao ávido pênis do amante, recomeçando a bombeá-lo com a mão direita. Ao mesmo tempo, seu indicador esquerdo insinuava-se na fenda quente e cerrada de Harry.

Harry se agarrou a Severus com todas as suas forças, encaixando a cabeça sob o pescoço do mago mais velho.

- Severus...

Severus passou a imprimir um ritmo mais forte. De vez em quando, dava uma paradinha, subia à ponta e tocava a cabeça do pênis do garoto.

- Harry, você já está pulsando, e está tão quente... Já está começando a escorrer...

- Hmgmm.

- Eu quero sentir você gozando aqui na minha mão, Harry.

Harry teve o máximo prazer em atender aos desejos do amante. Mesmo porque, não havia mais nada que pudesse fazer. Cravando os dentes no ombro de Severus, Harry gozou.

~* ~* ~

O sol já estava se pondo e eles ainda estavam na varanda. O brilho das fadinhas começava a se tornar visível, e uma brisa fresca soprava.

- Eu te amo.

- Eu te amo mais.

Harry ia rir, porque era a primeira vez que Severus declarava seu amor, e claro que tinha de ser de um jeito competitivo, mas foi atraído pelo fogo que ardia no fundo dos olhos de Severus e mergulhou dentro deles. Severus estava falando sério. Aquilo vinha de dentro de seu coração, com toda a intensidade de que só Severus era capaz. Harry estremeceu e o abraçou com força.

- Severus... eu não vou deixar você na mão.

Pelos olhos de Severus, Harry viu a luta entre a descrença e a vontade de acreditar, e o viu ceder, devolvendo-lhe o abraço com mais força ainda.

- Eu sei.

- Você ficaria zangado se eu lhe pedisse para... er...

- Fale de uma vez, Harry.

- Eu queria poder contar aos meus amigos, e andar com você pelos lugares...

- Se fizermos isso, não terei mais como sustentar a fachada de lealdade aos Comensais da Morte, e não poderei ajudar na prisão de Lucius ou voltar a espionar.

- Se você nunca se revelar, nunca vai conseguir viver uma vida normal. Voldemort está morto, Severus. Está na hora de voltarmos a viver.

Severus suspirou e fez um longo silêncio. Passou a mão nos cabelos.

- Está bem, Harry. Mas não vá publicar no Profeta Diário!

Harry abriu um sorriso radiante.

- Não se preocupe. Só quero contar a Hermione e Ron. E andar com você por aí, livremente.

- Não vai ser tão simples. Na primeira vez em que nos pegarem juntos, estaremos na primeira página do jornal.

- Será? Eu já não sou mais tão famoso, depois que Neville virou herói.

- Você sempre será famoso.

Foi a vez de Harry suspirar.

- Então vamos ter de enfrentar.

- Eu terei de contar a meus Slytherin, e explicar os motivos de minhas ações.

- Mas isso vai ser maravilhoso!

- Nem todos vão ficar felizes. Alguns deles vão se sentir traídos. Mas... é sempre assim, não é? - Severus abriu um de seus quase sorrisos. - É impossível satisfazer a todos o tempo todo.

Harry deu um riso irônico.

- Nem tente! Quero você só para mim.

Então Harry ficou sério outra vez.

- Severus, quer se casar comigo?

Os olhos de Severus se arregalaram, e o quase sorriso se ampliou.

- Pensei que nunca fosse me pedir!

- Não me diga que estava esperando que eu fizesse o pedido! Por quê?

- Não queria... pressioná-lo.

- Falando assim, até parece que você é uma das pessoas mais delicadas do mundo.

Severus deu de ombros.

- Sou velho demais para você. Feio demais. - Deu um sorriso torto. - Sinistro demais.

- Pare! Você não é nada disso. Mas você é um Slytherin, e está tentando fugir da pergunta. - Harry respirou fundo. - Quer se casar comigo?

- Menino estúpido, tenho mesmo de responder a isso?

- Tem sim. Quer se casar comigo?

- No Mundo Mágico ainda não há casamento entre pessoas de mesmo sexo.

- Eu sei disso. Você sabe do que estou falando: do Hierósgamos. A gente faz o ritual, depois conta aos nossos amigos. Aí, quem sabe, a gente dá uma festa aqui.

- Festa? - perguntou Severus, com expressão contrariada.

- Só para os amigos: Hermione, Ron, Ginny, os gêmeos...

- Não. Eles não.

Harry fez beicinho.

- Eu deixo você convidar seus amigos Slytherin.

- Draco Malfoy?

- Ugh. Eu estava pensando em Kai, Montague, Lescaux...

- Muito engraçado, Harry. Esses são seus amigos também. Você está trapaceando.

- Tudo bem, Severus, a gente discute isso depois. Você ainda não me respondeu: aceita se casar comigo?

- Você leu o livro de Asklepios Arrheton inteiro?

- Já o decorei.

- Sabe, então, como é o rito do Hierósgamos, e o que teremos de fazer?

- Sei. Só não sei onde vamos encontrar um...

- Eu sei. Não se preocupe com nada. Amanhã é cedo demais para você?

~* ~* ~

Nicholas Flamel os conduziu ao jardim e, após breves instruções, lá os deixou. Harry estava todo vestido de negro; Snape, de branco. O jardim era cercado por um muro alto, de pedra. Ao centro do jardim, dentro do cepo de um velho e imenso carvalho oco, havia uma espécie de banheira, revestida de belíssima pedra. As águas eram cristalinas.

Harry e Severus tiraram suas vestes e mergulharam nas águas.

Sobre eles, a copa de uma árvore na forma de uma melusina com cauda de serpente.

Imersos em um poço no centro de um carvalho oco, Harry e Severus se abraçaram, e pronunciaram as palavras mágicas.

"In una ergo re carnem membra latent, omnia metalla lucent. Horum duo sunt artifices, duo vasa, duo tempera, duo fructus, duo fines, una salus."*

A energia que os envolveu era tão poderosa que Harry achou que fosse desmaiar. A magia circulava dele para Severus e de Severus para ele. Severus segurou-o com força. Seus corpos pulsavam e seu espírito parecia levitar. Era como um orgasmo interminável.

Aos poucos, a intensidade das sensações foi se acalmando, e eles puderam respirar, ainda abraçados. Os antigos anéis haviam desaparecido, e novas alianças de ouro brilhavam em suas mãos esquerdas.

- Uau - disse Harry, soltando-se de Severus e jogando água por cima de seus corpos, como que para extinguir um fogo invisível.

Severus saiu das águas e do carvalho. Então se voltou para Harry e lhe deu a mão. No ponto em que suas mãos se tocavam, a magia deles se encontrava, e vibrava de uma forma diferente.

Harry o puxou para si, e o abraçou de novo.

- Eu nunca me senti tão vivo.

- É o segredo místico de dois em um. O Mysterium coniunctionis - disse Severus, antes de capturar os lábios de Harry em um longo beijo terno.

 

FIM

NOTAS:
* "Numa única coisa estão ocultos os membros, luzem todos os metais. Deles dois são os artífices, dois os vasos, dois os frutos, dois os fins, mas uma a salvação."

 

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